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  • hikafigueiredo

"Pocilga", de Pier Paolo Pasolini, 1969

Filme do dia (16/2017) - "Pocilga", de Pier Paolo Pasolini, 1969 - Itália, século XVI. Um jovem vivem à margem da sociedade, em total estado de selvageria, alimentando-se do que puder, inclusive homens. Alemanha, século XX, década de 60. Um jovem burgues vive alheio à sociedade, mantendo relações sexuais com porcos, enquanto seu pai mantem-se no poder econômico da cidade e alia-se a um antigo colaborador nazista.






Socorro!!!!! Este filme de Pasolini, extremamente alegórico e metafórico, profundamente crítico à sociedade burguesa, à religião, à juventude da época, à obediência/desobediência às normas sociais, é daqueles que exigem muita, mas muita boa vontade interpretativa. Claro que algumas interpretações chegam a ser óbvias - o homem que come o homem, a sociedade que se estabelece na barbárie, o domínio da religião, a comparação entre porcos e homens - mas é tanta informação que é difícil ler e digerir tudo. As duas histórias paralelas logicamente dialogam entre si, mas, formalmente, são quase antagônicas - de um lado o silêncio absoluto quebrado, apenas, por uma frase lapidar; do outro, verborragia extrema; no meio, o espectador, sendo fustigado com a profusão de informações advindas das imagens, no primeiro, e dos diálogos, no segundo. Destaque absoluto para Pierre Clementi como o jovem à margem da sociedade no século XVI - a expressividade de seu olhar e a maneira como diz sua única fala já valeriam o filme; e para Marco Ferreri, como o pai burguês, no século XX. "Pocilga" é obra para ficar digerindo feito jiboia, por horas, dias, ou pela vida toda... Não vou tentar destrinchar o filme todo aqui, primeiro porque o intuito do texto é apenas instigar a curiosidade de quem lê quanto à obra; segundo, porque tiraria o prazer do futuro espectador em fazer sua própria leitura; e terceiro, porque, com certeza, falta muito para eu conseguir interpretar com profundidade a obra (rs)!!! Bom... o filme é muito bom, mas difícil e meio indigesto (pelo menos para mim). Recomendo para quem quer fazer um profundo exercício de leitura e interpretação cinematográfica.

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