"Robocop", de José Padilha, 2014
- hikafigueiredo
- 23 de set. de 2019
- 2 min de leitura
Filme do dia (69/2015) - "Robocop", de José Padilha, 2014 - Em 2028, a utilização de robôs em situações de conflito armado está disseminada pelo planeta. Nos EUA, no entanto, uma lei impede a utilização de robôs na segurança interna. A empresa que produz os robôs, a Omnicorp, buscando burlar e derrubar a lei, sugere a utilização de um ciborgue - um policial meio humano, meio máquina. O policial Alex Murphy (Joel Kinnaman) acabou de sofrer um atentado, está entre a vida e a morte e aparenta ser a cobaia perfeita para a Omnicorp.

Resisti muito em assistir a esse filme. Não porque eu seja uma purista que veja com maus olhos uma refilmagem - nunca assisti o original e sequer posso comparar as duas obras. Mas porque, como já discorri outras vezes, simplesmente não curto filmes de ação. Mas, por puro bairrismo, por ter sido dirigido pelo José Padilha (e considerando que gosto pacas de "Tropa de Elite"), acabei por arriscar a empreitada. E sabem de uma coisa? Curti o filme! Não tanto pelas cenas de ação - que para mim são todas iguais, em todos os filmes, com honrosas exceções - mas por diversas críticas embutidas na história, algumas bem evidentes, outras nem tanto. No rol, temos críticas ao imperialismo norte-americano, à militarização, à priorização das necessidades de mercado em detrimento às necessidades sociais, à manipulação midiática, ao abuso do marketing empresarial, tem crítica para todos os gostos. Claro que quem quiser ignorar as entrelinhas vai ter um filme de ação quase padrão (não é totalmente padrão por causa do visual de videogame de boa parte dele), mas, para quem gosta de um plus, tem um temperinho a mais. Tecnicamente, o filme é recheado de efeitos especiais que foram agradáveis numa tela de televisão (onde é mais fácil perceber os deslizes), tem uma montagem vigorosa (como era de se esperar) e boa edição de som. Gostei das interpretações dos coadjuvantes, mas também eram "só" o Gary Oldman e o Michael Keaton. Destaque para o Samuel L. Jackson como jornalista atrelado a interesses "escusos". O protagonista mesmo, por outro lado, tem o carisma de uma lata de sardinha - pelo menos convenceu quando, a certa altura, perde a humanidade e age sem qualquer emoção... Bom, sei que serei execrada em praça pública por quem curte o original, mas, no final das contas, gostei do filme (e fiquei curiosa quanto ao original).
Comments