Filme do dia (88/2015) - "São Bernardo", de Leon Hirszman, 1972 - Paulo Honório (Othon Bastos) confessa sua história desde quando era um lavrador pobre até se tornar o rico e poderoso proprietário da Fazenda São Bernardo e marido de Madalena (Isabel Ribeiro).
Terceiro e último dos filmes do box dedicado às obras de Graciliano Ramos, este título foi o que mais me surpreendeu. Já havia lido "Vidas Secas" e lido bastante a respeito e já havia visto, no cinema, "Memórias do Cárcere". Comecei a assistir "São Bernardo" sem nada saber sobre a história, uma vez que não havia lido o livro e não tinha nenhuma referência sobra a obra cinematográfica. Filmaço!!!! Começa que o filme reproduz inúmeros trechos e falas do livro e, vamos e venhamos, tudo escrito por Graciliano Ramos é simplesmente estupendo!!!! As falas dos personagens, com seus termos peculiares, são deliciosas!!!! Os personagens, milimetricamente desenhados, têm forma e peso!!!! Que história!!!! Othon Bastos está fantástico como o grosseiro, autoritário e ciumento Paulo Honório - ele dá show! Isabel Ribeiro também está muito bem como a delicada e culta Madalena. Algumas passagens merecem destaque - o discurso político à mesa de jantar; o "ataque" de ciúmes de Paulo Honório, que manda todos à puta que o pariu; a confissão final de Paulo Honório, super intimista, com cenas de lavradores reais. Vale muito à pena. A fotografia é belíssima, irretocável, com inúmeros planos abertos, cuidadosamente estabelecidos. A montagem é lenta, quase preguiçosa, aproveitando os tais planos abertos. Nossa, adorei, bom demais!!!! Observação 1: a única reclamação é que o som não é lá essas coisas e, em algumas passagens, torna-se quase inaudível. Observação 2: se o filme é assim, imagine o livro - preciso lê-lo para ontem!!!!!
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