"Snowden - Herói ou Traidor?", de Oliver Stone, 2016
- hikafigueiredo
- 14 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
Filme do dia (68/2020) - "Snowden - Herói ou Traidor?", de Oliver Stone, 2016 - Havaí, 2013. Um consultor da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) de nome Edward Snowden (Joseph Gordon-Levitt) abandona seu emprego e contata os jornalistas Glenn Greenwald (Zachary Quinto) e Ewen MacAskill (Tom Wilkinson) no intuito de revelar os abusos cometidos pelo serviço de inteligência norte-americano que, através de programas de vigilância, monitoravam todos os governos, empresas e pessoas do mundo. Todos!

Assistir a esse filme é um choque de realidade. Afinal, não é fácil introjetar que eu, vocês, pessoas sem qualquer importância na fila do pão, somos monitorados 24 horas por dia, sete dias por semana, pelo governo dos EUA. Sabe aquele e-mail vergonhoso para sua ex-namorada, aquele "nude" já deletado, aquela confissão escabrosa que você fez para um amigo - oh, God, está tudo lá, armazenado em algum lugar das agências do serviço de segurança norte-americano, mesmo que você seja um zé-ninguém. É tomar consciência de que já vivemos na realidade prevista na obra "1984" de George Orwell - bem-vindos ao tempo do Grande Irmão!!!! Com isso em mente, vamos ao filme. A obra acompanha a trajetória de Snowden dentro das agências de inteligência, desde que era um promissor hacker, até o momento em que se demitiu da NSA para delatar os abusos cometidos por eles. Paralelamente, temos o momento em que oferece seu depoimentos, junto com provas obtidas junto à NSA, aos jornalistas que divulgaram o material, dentre os quais Glenn Greenwald (sem palavras para dizer o que eu acho desse jornalista admirável). Por mais que o diretor tenha se esforçado para deixar os jargões relativos às matérias (desde termos relacionados à informática até o organograma do serviço de inteligência norte-americano, ou seja, quem é quem na segurança nacional dos EUA) mais fáceis para os leigos, é fato que, em alguns momentos, não sabia muito bem do que os personagens estavam falando. Ainda assim, dá para entender o filme e ficar com aquele gosto amargo de derrota na boca ao fim dele. O ritmo da obra é de um thriller convencional e a tensão é praticamente a mesma - só que aqui os fatos são reais. O roteiro flui bem e equilibra com cuidado os fatos acerca das denúncias com trechos da vida pessoal de Snowden. No elenco, além de um Joseph Gordon-Levitt competente - tenho gostado bastante das escolhas de roteiro dele; Shailene Woodley como a companheira de Snowden, no primeiro papel dela que eu gostei (tenho profunda antipatia pela atriz); Zachary Quinto como Glenn Greenwald, também ótimo, com uma postura que lembra bastante o jornalista; Tom Wilkinson, sempre um baita ator; e Nicolas Cage numa ponta insignificante. A obra é boa, mas assustadora, dá vontade de ir viver no meio do mato daquilo que a gente plantar e sem qualquer acesso ao mundo exterior.... rs... Recomendo para quem não liga de viver na paranoia para sempre. rs
PS - Subtítulo horrível, desprezível e dispensável.
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