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hikafigueiredo

"Stromboli", de Roberto Rossellini, 1950

ilme do dia (143/2015) - "Stromboli", de Roberto Rossellini, 1950 - Imediatamente após a Segunda Guerra, Karin (Ingrid Bergman) é uma lituana confinada em um campo de refugiados na Itália. Ela conhece o soldado Antônio (Mario Vitale), e vê nele a oportunidade de sair do campo de refugiados. Os dois se casam e retornam para a cidade natal de Antônio, Stromboli, uma pequena vila de pescadores em uma ilha, quase abandonada, aos pés do vulcão de mesmo nome. Mas Karin, acostumada a uma vida de luxo, não se adapta à espartana vida local.





Com uma estética naturalista, o filme retrata, de forma quase documental, a dura e seca realidade dos habitantes de Stromboli. Aproveitando a população local interpretando a si mesma e com um roteiro aberto ao "feeling" dos poucos atores profissionais, com destaque para Ingrid Bergman, Rosselini cria um filme bruto, árido, como tudo na ilha. Apesar do foco central ser a personagem de Karin, que sofre e debate-se contra a vida naquele lugar, eu diria que o filme fala mais de Stromboli e sua gente do que dos personagens em si, o que denota a grande influência do neorrealismo italiano na obra. O filme flui relativamente bem, mas admito que não gostei nada do desfecho. Também dispensava as cenas reais de pesca de atum - para mim, chocantes. Quanto a parte técnica, temos uma fotografia P&B bem naturalista, sem grandes intervenções do fotógrafo. O destaque fica por conta da interpretação da grande Ingrid Bergman, que constrói uma Karin dicotomizada entre a resignação de morar na ilha com seus habitantes conservadores e o desejo de sair de lá e ser livre. O filme é bom, sem dúvida, mas acho que não será unanimidade e muita gente vai achá-lo meio arrastado por conta das cenas documentais (lembrei, inclusive, do filme "O Homem de Aran", documentário que vi na ECA há muuuuuitos anos).

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