Filme do dia (63/2018) - "Tempo de Glória", de Edward Zwick, 1989 - Década de 1860, Massachusetts, EUA - Durante a Guerra Civil Norte-Americana, um oficial branco, o Coronel Robert Shaw (Matthew Broderick), é destacado para liderar um regimento de soldados negros que terão de lutar não só contra os confederados, mas, também contra o preconceito dentro de seu próprio exército.
Assisti a esse filme no cinema, na época de seu lançamento. Guardei na memória um filme triste e angustiante. Nessa revisita, encontrei não apenas um filme triste e angustiante, mas uma obra que escancara a questão do preconceito racial de uma forma revoltante - preconceito, este, que surge de todos os lados, até mesmo dos companheiros de farda negros e aliados brancos. Apesar de entender a necessidade daqueles homens negros em serem reconhecidos como soldados, como homens valorosos, honrados e necessários, ainda assim não consigo não pensar que, na pior das batalhas (a tentativa de conquista do forte), eles foram usados como "bucha de canhão". O filme é muito bem feito, tem um ritmo crescente, assim como a tensão que o acompanha, contando, ainda, com belíssima fotografia, ganhadora do Oscar da categoria em 1990. Quanto às interpretações, Denzel Washington está fantástico como o revoltado soldado Trip - sua postura, seu olhar, suas falas, tudo transmite a indignação de quem sempre foi tratado como coisa e precisou, desde cedo, aprender a se defender de tudo e de todos. Pelo papel, Denzel ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Também muito bem estão Morgan Freeman como John Rawlins, Jihmi Kennedy como soldado Jupiter e Andre Braugher como Thomas. Já Matthew Broderick... não adianta, eu jamais conseguirei vê-lo como um homem adulto, ele será eternamente, para mim, o Ferris Bueller... A obra é bem legal, discorre sobre um tema essencial e merece ser vista. Recomendo.
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