"Tomboy", de Céline Sciamma, 2011
- hikafigueiredo
- 8 de set. de 2019
- 2 min de leitura
Filme do dia (213/2017) - "Tomboy", de Céline Sciamma, 2011 - Laurie (Zoé Héran) é uma menina de dez anos que se identifica com o gênero masculino. Ao mudar de casa com sua família, Laurie aproveita-se do fato de ninguém conhecê-la no novo condomínio e se apresenta para as demais crianças como Mikael. Rapidamente faz amizade com Lisa (Jeanne Disson) e muitos sentimentos novos surgirão dessa amizade.

Assisti a obra com a sensação constante de desastre iminente. A todo momento sentia que Laurie/Mikael seria desmascarada e temia verdadeiramente por sua integridade física e psicológica. O filme, extremamente delicado e sensível, dá uma pequena mostra do que é a angustiante vida daqueles que se identificam com um gênero diferente daquele que seria esperado. Há um momento no filme em que eu quase virei do avesso de raiva pela insensibilidade e ignorância das pessoas relacionadas ao tema. Apesar de tudo, o filme termina de uma forma mais otimista do que eu supunha, o que aliviou, em parte, minha profunda aflição com a história. (esperei um "peso" semelhante àquele existente em "Minha Vida em Cor-de-Rosa", mas "Tomboy" é bem mais leve). Tecnicamente o filme é bem feitinho, redondinho, mas sem grandes destaques. O melhor mesmo fica por conta da excelente interpretação de Zoé Héran - ela realmente parece um menininho, não só na aparência, mas principalmente na forma como se move e se apresenta, uma graça. Jeanne Disson também está ótima, bem como a pequenina Malonn Lévana como a irmãzinha de Laurie/Mikael, Jeanne, uma bonequinha e a única pessoa que realmente respeita Laurie/Mikael (a demonstrar que preconceito se aprende, não é natural em ninguém). Adorei a obra, e recomendo para ver se amolece uns corações por aí.
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