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  • hikafigueiredo

"Violência ao Meio-Dia", de Nagisa Oshima, 1966

Filme do dia (284/2020) - "Violência ao Meio-Dia", de Nagisa Oshima, 1966 - A jovem Shino (Saeda Kawaguchi) é atacada por Eisuke (Kei Sato), um terrível estuprador que já a atacara anteriormente. Ela entra em contato com Matsuko (Akiko Koyama), esposa de Eisuke, pedindo sua permissão para revelar sua identidade à polícia, revelando uma estranha ligação entre os três.





Eu, sinceramente, não captei quais foram as intenções do diretor nessa obra. Okay, eu entendi que o filme trata de responsabilidade e culpa e compreendi que as relações entre os personagens - incluindo, dentre eles, o personagem Gengi - eram complexas e repletas de traumas e acusações. Mas juro, juradinho, que não entendo o que ele quis imputando culpa e responsabilidade nas vítimas de Eisuke, principalmente no que se refere a Shino, estuprada duas vezes pelo camarada e, ainda assim, sentindo-se responsável pelos atos do sujeito. Acredito, então, que não entendi alguma coisa no decorrer do filme, pois acho incompreensível que Shino sentisse qualquer culpa na atitude de Eisuke. Quanto à Matsuko, entendo que se sentisse culpada pelos atos monstruosos do marido, uma vez que, apaixonada por ele, fechava seus olhos à conduta violenta do companheiro. Fora essa questão do sentimento de culpa que rondava as duas personagens, achei um pouco confusas as relações estabelecidas entre o quarteto - Shino, Matsuko, Eisuke e Gengi: quem amava quem, quem tinha mágoa de quem, eu realmente acho que perdi alguma coisa no caminho. Apesar disto, achei interessante a atmosfera angustiante da obra e o quanto a culpa das duas mulheres era perceptível ao longo da narrativa, "pesando" na história. É um filme que exige muita atenção para não se perder nas tais relações complexas (e talvez eu tenha falhado miseravelmente nisso). A narrativa é completamente não-linear, com muitas idas e vindas no tempo, traçando um quebra-cabeça da história existente entre os personagens. A fotografia do filme é de um P&B suave, sem grandes contrastes. Há muitos planos de detalhes ao longo das cenas - lábios, mãos, partes dos corpos - e isso contribui, em muitos momentos, para a sensação de apreensão dos personagens envolvidos. As interpretações estiveram a contento, mas eu destacaria o trabalho de Kei Sato, pois seu Eisuke realmente desperta aversão e torna ainda mais estranha a relação dele com as duas mulheres. Eu achei engraçado a semelhança de Rokkô Toura, que interpreta Gengi, com o ator norte-americano Gary Sinise, principalmente por um ser oriental e o outro não (mas são incrivelmente parecidos rs). Eu respeito muito o trabalho do diretor Nagisa Oshima, mas aqui fiquei com um grande sentimento de "ué?" e nem sei explicar o que ele quis com o filme. Teria de rever a obra, talvez mais de uma vez, para tecer alguma teoria. Vou recomendar para todo mundo, quem sabe alguém me ajuda a entender um pouco mais o filme... rs... E "estarei aceitando" opiniões e teorias a respeito... rs

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