Filme do dia (455/2020) - "Viy - O Espírito do Mal", de Georgi Kropachyov e Konstantin Yershov, 1967 - Um seminarista em férias, atravessa uma floresta e, à noite, acaba por pedir abrigo na casa de uma bruxa. A bruxa o domina, mas ele acaba esconjurando-a e reverte a situação. Assustado, ele espanca a bruxa e a abandona na floresta, fugindo em seguida. Mas a feiticeira procurará vingança.
Baseado em uma novela de Gogol, o filme tem início afirmando que a história se baseia em uma lenda russa e realmente tem jeitão de tratar-se de uma história folclórica, podendo ser classificada no subgênero "folk horror". A narrativa é extremamente simples e concentra-se na vingança da bruxa que perdeu o domínio sobre o seminarista e foi agredida por sua vítima. A obra falha miseravelmente na intenção de causar medo e me lembrou muito as produções meio "B" do Estúdio Hammer, com histórias previsíveis e efeitos especiais toscos (só faltou o Vincent Price). Ainda que tenha achado um filme bem fraco, destaco duas cenas: a da bruxa que monta no seminarista e o cavalga pelos céus e a cena em que a bruxa convoca todos os seres malignos para ajudá-la na empreitada de se vingar do seminarista, inclusive a entidade Viy - não que sejam excepcionais, mas são cenas que causam estranheza, desconforto e certa apreensão. Algumas maquiagens dos seres das trevas também foram bastante boas e criaram criaturas horrendas e assustadoras. Destaco, também, a fotografia azulada da bruxa transmutada em bela donzela que nos remete ao frio de um necrotério. As interpretações são teatrais, exageradas e bem pouco convincentes, mas gostei do efeito que isso teve na bruxa, tanto velha quanto na forma da jovem. Sinceramente, o filme é bem mambembe e vale só como curiosidade. A história, considerada um clássico soviético, teve uma refilmagem em 2014. Só para fãs muito arraigados do gênero.
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