Filme do dia (83/2019) - "Warlock, o Demônio", de Steve Miner, 1989 - Boston, 1691. Um feiticeiro (Julian Sands) é preso por Redfern (Richard E. Grant), um notório caçador de bruxos. No entanto, às vésperas de sua execução, o feiticeiro invoca o demônio e é enviado para o futuro com a missão de encontrar o Grand Grimoire, a bíblia satânica.

Desde tenra idade, sou fã de filmes de terror. Durante a adolescência, "varria" as prateleiras do gênero das locadoras de filmes. Numa dessas incursões, conheci esta obra, pela qual desenvolvi grande apreço. Depois de muuuuuitos anos, revirando minhas memórias afetivas, resolvi rever o filme - e descobri que, em parte eu tinha razão para gostar tanto da obra. O forte do filme é o roteiro - ele é bem legal, cria toda uma "mitologia" acerca do combate à bruxaria (que, admito, não sei se encontra algum respaldo histórico), é bem amarrado e não perde fôlego no decorrer da história. Não é exatamente um filme que crie climão ou que dê medo - ele é daqueles filmes adolescentes da década de 80 que apenas tem a temática do terror, como "Garotos Perdidos" (1987) ou "A Hora do Espanto" (1985), mas que são hábeis em divertir quase qualquer plateia. Infelizmente, a qualidade técnica não acompanha o bom roteiro, sendo extremamente datada (é bem um caso de "defeitos especiais"). Então, se você resolver se aventurar a assistir à obra pelo bom roteiro, fique ciente que vai se deparar com alguns efeitos constrangedores de ruins. Quanto às atuações, Julian Sands (lindíssimo como sempre!!!) está bastante bem como o warlock, sua expressão debochada e semblante fechado compõem bem o personagem; Richard E. Grant (paixão recente desde que o vi em "Poderia me Perdoar?"), cuja presença no filme eu sequer me lembrava, cumpre com alguma dignidade seu papel de caçador de bruxos; quem se sai pior é Lori Singer, que em momento algum consegue esconder sua falta de talento (só me lembro dela em um único outro filme - "Footloose", de 1984), ela é muito ruinzinha... Ainda que reconheça que a memória afetiva aqui fale muito mais alto que a razão, tenho que confessar que adorei rever o filme e continuo curtindo pacas a história. Por conta do apego que tenho à obra, vou me abster de recomendá-la ou não - fica por conta de vocês.
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