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hikafigueiredo

"21 Gramas", de Alejandro González Iñárritu, 2003

Filme do dia (225/2020) - "21 Gramas", de Alejandro González Iñárritu, 2003 - Um trágico incidente fará com que a vida de três pessoas - a dona de casa Cristina (Naomi Watts), os ex-presidiário Jack (Benício del Toro) e o professor Paul (Sean Penn) - confluam, transformando suas existências.





Sem me recordar de nada, resolvi revisitar essa obra e me surpreendi de quão excelente ela é. O filme, com forte carga filosófica, discorre acerca de responsabilidade, culpa, perdão e superação e de como existe uma interdependência entre as vidas das pessoas, isto é, como um indivíduo por intervir da vida de outro, alterando-a completamente. A narrativa é completamente não linear - não há, sequer, um "presente" localizável, as cenas seguem-se umas às outras, de maneira totalmente desordenada e aparentemente aleatória, ficando, ao cargo do espectador, juntar todas as peças do quebra-cabeça. Durante bem uma meia hora, conseguir compreender a história parece uma tarefa impossível, mas, acredite, ao fim do filme tudo se encaixará e fará sentido. Aliás, essa estrutura quase caótica do filme é uma das coisas que mais me seduziu, principalmente por, ao final, tudo ter lógica, não restando arestas ou dúvidas sobre a história. O roteiro, em linhas gerais é simples e até mesmo comum, já tendo visto narrativas que entrelaçam os personagens uma dezena de vezes. Mas é a estrutura do filme e os pequenos detalhes da história que fazem a diferença e tornam a obra tão especial. O destaque óbvio, aqui, é o excelente trabalho de direção e montagem, que transformam o caos em uma sensível e trágica história. Gostei bastante da fotografia com cores sempre muito saturadas, dando uma atmosfera sanguínea à narrativa. Outro destaque mais do que evidente são as interpretações do trio principal: a história exige muito de todos os intérpretes, Sean Penn está incrível, Benício del Toro, maravilhoso, com uma interpretação sutil e contida, mas foi em Naomi Watts que eu senti uma maior carga de emoções sofridas, ela precisou tirar dores do fundo de sua alma para poder interpretar a personagem Cristina (não posso falar muito sobre os personagens pois estragaria o processo de desvendamento dos acontecimentos, o grande barato do filme). A obra é irretocável, eu adorei e realmente não entendi como eu pude esquecê-la tão completamente (a única lembrança que eu tinha era acerca do porquê do nome do filme). Recomendo muito!!!!

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