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hikafigueiredo

"A Cidade Onde Envelheço", de Marília Rocha, 2016

Filme do dia (232/2020) - "A Cidade Onde Envelheço", de Marília Rocha, 2016 - A portuguesa Francisca (Francisca Manuel) vive há vários anos em Belo Horizonte. Ela recebe, em sua casa, sua amiga de adolescência Teresa (Elizabete Francisca), que chegou para ficar. Enquanto Francisca sofre pela saudades da terra natal, Teresa vive a emoção de uma nova vida em um país distante.





A obra chamou minha atenção pela premissa instigante - a vivência de uma outra realidade que não a sua. Em linhas gerais, o filme discorre sobre isso - pertencimento. Achei interessante esse outro olhar, a visão do estrangeiro sobre um outro país - no caso, o Brasil. Maaaas... na minha opinião, o filme tem um "problema". Falta a ele um clímax - a narrativa flui na mesma intensidade o tempo inteiro. Mesmo o único ponto de ruptura - que deveria ser o clímax - ocorre sem alarde, sem um aumento do ritmo, sem nada que marcasse sua ocorrência. Essa narrativa que segue em "velocidade cruzeiro" com certeza vai incomodar parte do público, acostumado à existência de um "ponto alto", aqui inexistente. Apesar disso, a narrativa consegue se segurar, muito por conta da boa química entre as duas atrizes, muito naturais em seus papéis. Gostei de como as personagens foram construídas e do contraste entre elas: enquanto Francisca é mais fechada e na dela, Teresa é um vulcão em erupção, sempre muito agitada e alegre. Também curti como a obra mostra a construção da amizade entre as duas, uma vez que seu contato fora perdido no tempo, sendo necessário uma reaproximação. Curioso o fato do filme não apostar em nenhum nome conhecido em seu elenco. Uma reclamação - a qualidade de som deixou bastante a desejar - várias foram as cenas em que eu simplesmente não ouvi o que os personagens falavam. Interessante trilha sonora - não conhecia uma única música sequer, mas a musicalidade me agradou. O filme me passou uma certa melancolia, um saudosismo sabe-se lá de quê. Com certeza não entra no rol dos meus filmes nacionais prediletos, mas não é uma obra desprezível ou descartável, ela é aproveitável, sim. Recomendo com cuidado - deve ser assistido por quem curte ritmos lentos e gosta de ter experiências cinematográficas diferentes; em outras, palavras, não é filme para grande público.

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