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hikafigueiredo

"Aguirre, A Cólera dos Deuses", de Werner Herzog, 1973

Filme do dia (127/2015) - "Aguirre, A Cólera dos Deuses", de Werner Herzog, 1973 - 1560. Uma expedição, liderada por Gonzalo Pizarro, desce os Andes e embrenha-se na mata atrás do Eldorado. Um destacamento avançado segue pelo rio após Pizarro fincar acampamento em terra firme. Dentre os homens deste grupo, encontra-se Don Lope de Aguirre (Klaus Kinski), obcecado pelo poder e pela riqueza.





Como em "Fitzcarraldo", o diretor volta a retratar o homem devorado pela natureza inóspita e consumido pela loucura. Se em "Fitzcarraldo" o que leva o personagem à insanidade são seus sonhos e sua determinação em alcançá-los, aqui é a sanha pelo poder, a cobiça desenfreada e a crueldade intrínseca de Aguirre que o jogam numa espiral de violência e loucura. O filme é ótimo. Mais uma vez, Herzog consegue transmitir a sensação de abandono do homem frente ao desconhecido, desconhecido, este, que se mostra nada amistoso. Personagem e ator amalgamam-se com perfeição, dada a tremenda cara de maluco de Kinski. Mas, diferentemente do personagem Fitzcarraldo, que era um "doido manso", enlevado por seus sonhos, Aguirre é cruel, arrogante, vingativo e traiçoeiro, auto intitulando-se "o maior de todos os traidores", de forma que Kinski está absolutamente assustador. Quanto às questões técnicas, o filme é excepcionalmente bom - a fotografia, auxiliada pela natureza que retrata, é bem legal, assim como muitos posicionamentos de câmera. A montagem passa de algo quase contemplativo (quando a jangada desce placidamente o rio) para um ritmo nervoso (cada vez que a expedição é atacada por índios que não se mostram). A dublagem é meio "mais ou menos", mas não chegou a incomodar (veja bem, a dublagem própria do filme, em alemão, antes que alguém pense que eu vejo filme dublado em português, coisa que não curto). O filme, enfim, é ótimo - mas ainda gosto mais de "Fitzcarraldo".

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