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hikafigueiredo

"Amor Sem Fronteiras", de Martin Campbell, 2003

Filme do dia (135/2021) - "Amor Sem Fronteiras", de Martin Campbell, 2003 - Sarah Jordan (Angelina Jolie) é uma socialite que, impactada pela invasão bombástica do Dr. Nick Callahan (Clive Owen) em um evento, decide juntar esforços a grupos humanitários encabeçados pelo médico em países devastados pela guerra.





Antes de mais nada, a tradução correta do título original seria "Além das Fronteiras", muito melhor que esse horrível título traduzido que acaba limitando a história a um romance boboca, deixando "escapar" o que há de mais interessante na obra. A história gira em torno do trabalho de grupos humanitários ao redor do planeta e seus esforços em amenizar o sofrimento de milhões de vítimas da fome, da guerra e das doenças. A personagem Sarah vivia em sua linda bolha cor-de-rosa até presenciar a invasão do médico Callahan a um evento beneficente, trazendo, a tiracolo, uma criança vítima da fome nos confins da África. Aturdida pela imagem daquela criança e impressionada com o médico, Sarah sai atrás de doações e decide, ela própria, entregar o que angariou no campo de refugiados comandado por Callahan. A partir desta experiência, Sarah passa a trabalhar junto a grupos humanitários, até chegar à ACNUR, agência da ONU que trata do apoio a refugiados. Ainda que a história tenha, sim, um forte componente romântico, eu acho bem interessante o retrato que ele faz das situações de conflito em diversos pontos do planeta e do trabalho daqueles que dedicam suas vidas aos trabalhos humanitários. Aliás, reza a lenda (não sei se é verídico) que a Angelina Jolie ficou tão impressionada com o que ela presenciou nas filmagens que realmente passou a colaborar com ONGs e grupos humanitários, além de adotar aquela penca de filhos de tudo que é canto do planeta... rs... A narrativa é não-linear por pouco... ela começa de um ponto, retrocede até o tal evento e daí adiante segue em tempo cronológico com grandes elipses de tempo. O ritmo é marcado e irregular - há momentos de ritmo mais ágil e outros mais morosos. A atmosfera é meio depressiva e bastante tensa. Apesar do roteiro razoável, alguns diálogos poderiam ser menos óbvios e/ou piegas. Eu fiquei bastante impressionada com as locações, realmente em pontos bem diversificados do planeta (não necessariamente onde eles diziam estar, claro). Achei a maquiagem nas vítimas da fome desnecessária (bastava a magreza daquelas pessoas, não precisava de mais nada). Engraçado... esse foi um filme em que a memória me pregou uma peça gigantesca - eu tinha CERTEZA do desfecho e caí de costas quando me dei conta de que não era nada daquilo que eu achava que me lembrava. Com relação às interpretações, por mais que goste dos intérpretes envolvidos - Angelina Jolie e Clive Owen - não acho que nenhum dos dois alcançou um nível de interpretação muito impressionante. Talvez por alguns diálogos realmente ruins, achei que o trabalho dos dois ficou aquém do que eles são capazes. Melhor foi a interpretação de Noah Emmerich como Elliot. Enfim... o filme tem o mérito de tocar em assuntos importantes - os refugiados de conflitos armados diversos, os que sofrem com a fome e com doenças evitáveis, o trabalho humanitário, a pressão feita por lobistas de armas, etc -, mas o desenvolvimento poderia ser melhor, inclusive se tirassem o elemento romântico da questão. Apesar de ser "mais ou menos", eu acabo tendo de admitir que gosto dessa obra, nem sei bem o porquê. Em todo caso, acho que vale ao menos como curiosidade.

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