Filme do dia (49/2024) – “Arco-íris Negro”, de Mike Hodges, 1989 – Martha Travis (Rosanna Arquette) é uma médium que se apresenta em eventos e consegue contato com os mortos. Em uma dessas apresentações, Martha descreve uma cena para uma espectadora e diz que seu marido está bem. Ocorre que tal espectadora afirma que seu marido ainda vive. Ainda...
Retornando ao box “Obras-Primas do Terror – Anos 80, volume 2”, da Versátil, eu me deparo com esse filme, do qual jamais ouvira falar, não obstante seja fã de carteirinha do gênero desde que me entenda por gente. A história discorre sobre Martha, uma médium que supostamente teria o poder de falar com os mortos, ainda que exista uma sugestão inicial de que tudo não passe de uma farsa. Ocorre que, em meio a uma apresentação, Martha descreve com precisão a morte violenta do marido de uma espectadora e, quando esta afirma que seu esposo continua vivo, a médium insiste de que vira tal cena, encerrando o evento. Quando o homem de quem Martha falava é assassinado, ela se torna alvo da polícia e da imprensa. O filme transita entre os gêneros terror, drama e suspense, adentrando gradativamente ao terreno do sobrenatural. Quanto mais a narrativa avança, mais abandona-se a ideia de farsa – Martha realmente teria poderes paranormais, muito embora a descrença de seu pai, o qual a acompanharia nas apresentações com o intuito único de ganhar dinheiro com os supostos dons da filha. Cria-se uma tensão entre pai e filha, pois o ceticismo do homem atingiria diretamente Martha, principalmente por sua mãe ter sido vítima da mesma descrença. A narrativa desenvolve até que bem a questão sobrenatural, mas achei meio “desencaixada” a participação da polícia e da imprensa, essa última bem importante na história. A narrativa acompanha um grande flashback e tem um ritmo de lento a moderado. Temos um “climão” crescente, mas o suspense supera em muito o medo causado – em outras palavras, é um filme que desperta a curiosidade (“onde isso vai dar?”), mas que não promove aquele medinho gostoso dos filmes de terror. Achei o comportamento sexual de Martha pontuado no filme completamente desnecessário – não teve qualquer relevância para a história. Formalmente, nada vi para pontuar, é uma obra bem padrão. Quanto ao elenco, sempre achei Rosanna Arquette uma atriz fraquíssima e este filme não mudou minha opinião – não acho que a interpretação de Rosanna tenha dado alguma espessura para a personagem, achei tudo bem superficial. Tom Hulce como o jornalista Gary Wallace também não me convenceu – é outro cujo trabalho nunca me comoveu, nem mesmo quando interpretou Mozart em “Amadeus” (1984). Quem mostra um trabalho melhor é Jason Robards como Walter, o tóxico pai de Martha – o ator consegue dar algum tempero ao personagem, mesmo sem grade ajuda do roteiro. Ah... não vou dizer que o filme é uma perda de tempo, mas está longe de ser um marco no gênero. Ele é divertidinho, dá para assistir sem querer morrer depois, mas não atiçou o medo que eu esperava para um filme de terror. Se alguém tiver muita curiosidade, está para alugar no AppleTV, segundo o Justwatch. OS. – também teve o título traduzido como “Arco-Íris Além da Vida”.
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