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hikafigueiredo

"As Boas Maneiras", de Juliana Rojas e Marco Dutra, 2017

Filme do dia (165/2018) - "As Boas Maneiras", de Juliana Rojas e Marco Dutra, 2017 - Clara (Isabel Zuaa), negra e pobre, está em busca de um emprego. Ana (Marjorie Estiano), branca, rica, grávida e abandonada pela família, precisa de alguém para ajudá-la. O encontro das duas resolverá as pendências de ambas e abrirá caminho para um relacionamento sincero e afetuoso. No entanto, a gravidez de Ana não será como planejada.





Difícil falar deste filme sem dar spoiler e acabar com a surpresa do filme, mas vamos tentar. A obra transita, com desenvoltura, por diversos gêneros, indo do drama ao terror e chegando mesmo a flertar com o romance e o musical. Mas diria que seu forte está na fantasia (mais mesmo que no terror). O filme é dividido em duas partes, as quais considerei bem equilibradas. Absorvido pelo filme, temos críticas sociais e pequenas "provocações" que estão ali justamente para abalar "as boas maneiras" (termos, aqui, repletos de ironia). Dentre as críticas, a mais forte e evidente é a referente ao preconceito - racial, social, sexual. O ritmo é um pouco irregular, mas é possível perceber dois clímaces, um para cada parte, o que não deixa de provocar certa estranheza. Apesar das limitações orçamentárias, o cuidado com os efeitos especiais me surpreendeu - sim, em Hollywood existiria tecnologia milhão de vezes mais avançada, mas, considerando nossa realidade cinematográfica, acho que o filme fez milagres com o pouco que tinha e o resultado foi satisfatório. Ao longo da narrativa, há duas situações que aproximam o filme do gênero musical - e, na minha opinião, ambas são dispensáveis e equivocadas. Com relação às interpretações, ponto positivíssimo para Isabel Zuaa, que se mostrou excelente atriz; Marjorie Estiano também se saiu muito bem e até afastou meu preconceito contra atores "globais"; e o menino Miguel Lobo também segurou bem a onda. A obra me prendeu, admito, mas não me deleitou e não despertou sentimentos viscerais, foi um gostar meio "protocolar"; ainda assim, vejo muito mais virtudes do que defeitos no filme e acho que ele merece uma chance. Por outro lado, confirmei o que eu já desconfiava - tenho muito mais afinidade com as obras que saem do núcleo pernambucano de cinema do que o que é produzido no sudeste.

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