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hikafigueiredo

"As Filhas de Drácula", de José Ramón Larraz, 1974

Filme do dia (89/2021) - "As Filhas de Drácula", de José Ramón Larraz, 1974 - O casal John (Brian Decon) e Harriet (Sally Faulkner) viajam pelo interior da Inglaterra e param em um local ermo para acampar. Ao lado do local, um palacete aparentemente abandonado. Ocorre que Harriet percebe duas mulheres no entorno do imóvel - Fran (Marianne Morris) e Mirian (Anulka Dziubinska), duas vampiras sedutoras que, sob pretexto de pegar carona, levam motoristas desavisados para o palacete, onde serão vítimas das duas criaturas. Curiosa, Harriet passará a vigiar a casa para tentar descobrir algo sobre as misteriosas mulheres.





Eu sei que as vampiras lésbicas são um clássico do terror, mas, para mim, elas só existem para satisfazer um fetichismo machista que nada tem a ver com o gênero. Aqui temos um legítimo exemplar de filme sobre este tema, com cenas bastante explícitas entre duas atrizes incrivelmente belas e sedutoras, Marianne Morris e Anulka Dziubinska e ainda que cenas de sexo lésbico não me incomodem nem um pouco, o fato de estarem lá tão somente para satisfazer um fetiche egoico dos machinhos de plantão faz com que eu pegue especial ranço da coisa. A narrativa da obra acompanha dois arcos que, em dado momento, se encontrarão - o casal em férias e as vampiras Fran e Mirian. O arco do casalzinho é meio chocho, principalmente se comparado ao das vampiras, bem agitado. Como já mencionei, as cenas de sexo entre Fran e Mirian, além de dispensáveis, pareceram-me forçadas e pouco convincentes - era evidente que elas estavam atuando para terceiros, faltando naturalidade nas personagens. Ao contrário, as cenas em que elas atacam suas vítimas mostraram-se absolutamente selvagens e muito pertinentes às criaturas. O ritmo do filme é um pouco irregular, principalmente por conta da divisão dos dois arcos já citados. A atmosfera é tensa, mas, ao mesmo tempo, sensual, muito por conta da personagem Fran. Algumas passagens do filme saem um pouco da lógica do tipo - as vampiras não tem presas e, assim, fazem uso de objetos para cortar suas vítimas, como facas e cacos de vidro, algo impensável para um vampiro; elas também se tornaram vampiras após serem assassinadas, o que não faz nenhum sentido na mitologia destas criaturas. Quanto às interpretações, o filme é todo de Marianne Morris e Anulka Dziubinska - nem tanto por serem atrizes excepcionais, mas ambas têm uma presença magnética até difícil de explicar. Sinceramente, foi um filme que não me envolveu muito, talvez até por comparação ao excelente "O Vício" (1995), que compõe o mesmo box e é extraordinariamente bom. Dá para ver, mas não se anime muito para não se decepcionar.

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