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hikafigueiredo

"Audição", de Takashi Miike, 1999

Filme do dia (128/2018) - "Audição", de Takashi Miike, 1999 - Aoyama (Ryo Ishibashi) é um viúvo solitário que, após ser interpelado pelo filho, decide que é hora de se casar novamente. Com o auxílio de um amigo, Aoyama monta uma audição "falsa" para um suposto filme, no intuito de entrevistar garotas para uma possível futura relação, ocasião em que conhece a doce Asami (Eihi Shiina) e por ela se apaixona. Mas Asami tem um terrível segredo...





A obra, com frequência, é incluída no rol de filmes "mais perturbadores de todos os tempos" (listinhas que eu sempre acho sofríveis). O filme é um terror meio "gore" e, apesar da fama, pouco ou nada me "perturbou". Okay, há algumas passagens, na meia hora final, que realmente são fortes, mas são mais aflitivas que perturbadoras, já que, para mim, o que me perturba são temas mais chegados na realidade (obras como "Vá e Veja", "Tartarugas podem Voar", "O Túmulo dos Vagalumes" e "Para Sempre Lylia"... esses sim me deixaram transtornada...). Apesar de ser um filme de terror, a história trata de temas bem sérios e universais, como solidão, relação abusiva, maus tratos infantis, medo da perda e traumas da infância. Também é um filme que só revela sua real natureza assustadora no último terço da história - porque, até então, qualquer um que não soubesse do tema, diria tratar-se de um romance bem levezinho (aham... sabe nada, inocente). Nessa parte final da obra, inclusive, a narrativa ganha contornos de pesadelo, mistura realidade com alucinações, subverte todo o andamento da história e por pouco não dá um nó na cabeça do espectador - mas é justamente aqui que o filme cresce e mostra seu valor. Quem tem estômago fraco para "gorices" (cenas de tortura e mutilações) vai penar um pouco nessa hora, mas faz parte, é só recitar o mantra do "não é de verdade, não é de verdade".... rs. Os efeitos especiais inclusos são extremamente bem feitos, distanciando a obra de muitos filmes "gore" por aí. Ryo Ishibashi faz seu personagem com competência, mas é Eihi Shiina quem rouba a cena - o contraste da delicadeza e fragilidade de Asami com sua conduta na parte final é fantástico, fiquei muito impressionada com esse choque!!! A obra é beeeeem bacana, mas é lógico que tem que curtir o gênero e ir sabendo que a coisa é meio punkzinha. Se seu negócio é romance, musical, esses tipo de filme, nem pense em arriscar... Eu curti.

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