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hikafigueiredo

"Café com Canela", de Glenda Nicácio e Ary Rosa, 2017

Filme do dia (117/2019) - "Café com Canela", de Glenda Nicácio e Ary Rosa, 2017 - Após a morte prematura de seu filho, Margarida (Valdinéia Soriano) fecha-se para o mundo, evitando qualquer contato social. No entanto, o reencontro com Violeta (Aline Brunne), uma antiga aluna, pode modificar essa situação.





A obra, extremamente doce, discute, dentre outros temas, a empatia, a retribuição, a superação, a aceitação, a determinação, a perda e o afeto como motor de transformações. A personagem Violeta, que no passado superara suas mais profundas dores através do apoio de sua professora, não se conforma com a entrega de Margarida que, há anos, desistira de viver e se afundara no sofrimento, e insiste - inclusive contra a vontade da antiga professora - na recuperação de Margarida. A narrativa tem o mérito de trazer à discussão a importância da empatia, da lealdade e dos afetos verdadeiros. O filme, ainda, tem outra incrível virtude - a de celebrar a negritude. Todos os personagens, com uma única exceção, são negros e, ao longo da história, diversos elementos da cultura negra são apresentados, sempre por uma ótica bastante positiva, tais como música (samba) e religiões de matriz africana. Também curti a maneira como a dor de Margarida é representada - através de pesadelos, delírios e memórias da personagem. Por outro lado, achei que a transformação pela qual Margarida passa ocorre rápido demais - na minha opinião, os diretores podiam ter estendido um pouco mais essa mudança, para que ela fosse mais gradual. Tecnicamente, o filme é bastante bem feito, com destaque para as interpretações não apenas de Valdineia Soriano e Aline Brunne, mas, ainda, de Babu Santana e Arlete Dias. É um filme sensível, gostoso e que nos deixa com uma sensação agradável quando termina. Gostei bastante e recomendo.

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