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hikafigueiredo

"Corrente do Mal", de David Robert Mitchell, 2014

Atualizado: 20 de ago. de 2019

Filme do dia (89/2019) - "Corrente do Mal", de David Robert Mitchell, 2014 - Detroit, EUA. Jay (Maika Monroe) é uma jovem de 19 anos que envolve-se com um rapaz. A relação parece interessante, mas após fazerem sexo pela primeira vez, Jay descobre algo aterrador: o rapaz lhe passou, através da relação sexual, uma maldição. Agora Jey terá de escolher se passará adiante ou não essa maldição.





Pensa num argumento interessante, cheio de significados escusos e complexos - a maldição que vem através do sexo como uma metáfora das DSTs, mais especificamente da AIDS; a relação ambígua dos jovens com o sexo, que, se por um lado é prazeroso, por outro pode "destruir sua vida", metáfora para DSTs e gravidez indesejada; o dilema moral que advém da maldição: passar a diante ou não? Para quem passar a maldição??? Agora pega esse bom argumento e o destrua como um roteiro mambembe, cheio de furos, soluções ridículas e desenvolvimento truncado. Voilá, você terá essa obra aqui. Eu havia visto ótimas críticas a esse filme, destacando toda essa gama de correlações (dentre outras) que vinham no bojo da história. Mas, gente, o desenvolvimento do filme é horrível! As soluções de roteiro encontradas pelo autor são pífias e querer alçar a obra a um filme de terror digno de nota é forçar por demais a barra! Okay, a obra tem outros méritos além do argumento - ele consegue estabelecer uma atmosfera tensa e a todo momento o espectador se pergunta se as pessoas que aparecem nas imagens são pessoas reais ou são as entidades sobrenaturais que perseguem a personagem (e o filme joga bem com essa dúvida, pois, alterna a resposta à pergunta - por vezes são pessoas reais, outras vezes são as entidades); a opção por usar, em determinados momentos, câmera na mão, com um quê jornalístico, mostra-se quase sempre acertada; um equilíbrio razoável entre as cenas de jumpscare e o terror psicológico; atuações boas, acima da média para filmes de terror. O problema mesmo é o roteiro truncado, que me soou meio "consertado" (ou, melhor, remendado) pela montagem - sorry, mas algumas destas falhas de roteiro são imperdoáveis. Para piorar, percebi que venho de uma sequência de bons filmes e, dar de cara com este aqui, meio que "quebrou a corrente" (com perdão ao trocadilho involuntário). Certo é que, ao fim do filme, eu fiquei com uma sensação mais para o negativo do que o positivo. Posso estar num mau dia? Pode ser. Mas, de qualquer forma, não consigo recomendar esse filme não. Eu me abstenho de "levar a diante esse mal" (ops, mais um trocadilho involuntário... :P ).

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