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hikafigueiredo

"Geração Proteus", de Donald Cammell, 1977

Filme do dia (218/2021) - "Geração Proteus", de Donald Cammell, 1977 - O cientista Alex Harris (Fritz Weaver) constrói Proteus, um supercomputador com inteligência artificial, sem imaginar a estranha obsessão que Proteus irá desenvolver por sua esposa Susan (Julie Christie).





Baseado no livro homônimo de Dean R. Koontz, o filme discorre sobre o risco de se desenvolver uma inteligência artificial desprovida de qualquer freio ético e dotada de muitos poderes. Se por um lado Proteus toma decisões lógicas - como não aceitar promover uma ação que destrua o meio ambiente -, por outro ele não vê problemas em fazer da personagem Susan sua refém e usá-la como cobaia para fazer seus próprios experimentos. Confesso que me incomodou bastante a forma como o autor desenvolveu a questão da dominação da inteligência artificial sobre a dos humanos - através da subjugação de uma mulher, chegando ao extremo da máquina conspurcar o corpo dela, o que eu achei uma violência profundamente misógina (e que, na minha opinião, tem muito mais a ver com uma visão machista humana do que com a conduta de uma eventual inteligência artificial de uma máquina). A obra segue a mesma linha do filme "Colossus 1980" (1970), onde nos deparamos com um conflito entre as máquinas e os seres humanos. A narrativa é linear, em um ritmo marcado e crescente. A atmosfera é de verdadeiro terror - aliás, diria, inclusive, que o filme encontra-se na interface entre os gêneros ficção científica e terror. A obra apresenta uma linguagem bastante convencional, sem grandes toques autorais. Para variar, como boa parte dos filmes da década de 1970, a fotografia apresenta-se um tanto quanto "lavada", com cores esmaecidas e sem saturação (queria muito saber o motivo técnico disso acontecer). Prepare-se para efeitos especiais meio esquisitos, que envelheceram não muito bem. No elenco, destaque para Julie Christie como Susan, a vítima da loucura de Proteus, em uma trabalho não memorável, mas suficiente para transmitir o medo da personagem. O filme é razoável, mas não acho que vá agradar geral. Entre ele e "Colossus 1980", prefiro o segundo.

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