Filme do dia (158/2016) - "Mapas para as Estrelas", de David Cronenberg, 2014 - A jovem e desfigurada Ágatha (Mia Wasikowska) chega a Los Angeles e vai trabalhar como assistente da famosa atriz Havana (Julianna Moore). Já o adolescente Benjie (Evan Bird), filho do famoso terapeuta Stafford Weiss (John Cussack), está às voltas com um novo filme. Paralelamente, Jerome (Robert Pattinson) tenta a carreira de ator enquanto trabalha como motorista de limusines.
O filme retrata um pouco do horroroso mundo das celebridades, fazendo uma duríssima crítica ao culto à imagem. No universo glamouroso das celebridades, surge a desprezível realidade daqueles que o habitam: jovens e crianças viciadas em todos os tipos de drogas, atitudes arrogantes para com os "meros mortais", inveja, falsidade, incesto, mentiras, charlatanismo, violência e, por fim, assassinatos. Uma cena, em especial, escancara a escrotidão desse universo - quando a morte de uma criança pequena é festejada pelas possibilidades profissionais que a circunstância abre - chocante. A obra é simplesmente ótima, mas causa sincero mal estar. O roteiro, muito bem construído, perpassa por diferentes núcleos que interagem entre si, sendo, o horror e a hipocrisia, comum a todos. As interpretações merecem atenção extra: Julianne Moore está fantástica como a arrogante e traiçoeira atriz Havana que luta contra a idade e seus fantasmas pessoais, o que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz em Cannes em 2014; Mia Wasikowska está muito bem como a perturbada Ágatha, que esconde uma história de horror em seu passado; John Cussack causa repulsa como o terapeuta charlatão, obcecado pela fama e por dinheiro, cujo núcleo familiar é o mais doente possível; Evan Bird está tão bem como o arrogante ator mirim que dá vontade de entrar no filme e dar (muito) na cara dele; e Robert Pattinson... bem, ele está perfeito como Robert Pattinson.... O filme é cirúrgico na crítica e vale muito a pena ver. Aconselho com ênfase.
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