“Meu Primo Vinny”, de Jonathan Lynn, 1992
- hikafigueiredo
- 17 de abr.
- 2 min de leitura
Filme do dia (25/2025) – “Meu Primo Vinny”, de Jonathan Lynn, 1992 – Os amigos Billy Gambini (Ralph Macchio) e Stan Rothenstein (Mitchell Whitfield) estão viajando pelo interior do Alabama, quando são acusados de um grave crime que não cometeram. Sob o risco de receberem a pena capital, contratam o primo de Billy, Vinny (Joe Pesci), um advogado recém-formado e sem experiência alguma, para defendê-los.

Trazendo a estranha composição de comédia de erros com filme de tribunal, a obra se caracteriza por seu humor leve, muito bem dosado e que se apoia, principalmente, nas contraposições entre a seriedade exigida em um tribunal e a comicidade da figura do personagem Vinny e entre o aspecto “caipira” dos moradores locais e o jeito descolado e exuberante dos novaiorquinos do Brooklyn, Vinny e sua noiva Mona Lisa. A narrativa começa com um equívoco – os amigos Billy e Stan são presos, crentes que o motivo foi a subtração não intencional de uma lata de atum. Qual não é o choque deles quando descobrem que a acusação, na realidade, é de assassinato de um atendente do supermercado em que estiveram e de onde levaram, sem querer, a tal lata de atum. Desesperados e sem dinheiro para contratar um advogado, eles aceitam a ajuda de Vinny, primo de Billy, um advogado recém-formado. A chegada de Vinny à cidade, trazendo Mona Lisa a tiracolo, eleva o tom da comédia – eles são figuras estranhas àquele universo tradicional e pacato do interior do Alabama, não apenas por suas roupas exóticas (e, vamos combinar, extremamente cafonas), mas, também, por seu jeito meio malandro, cujo jogo de cintura destoa da rigidez dos locais. Quando Vinny pisa no tribunal, há o segundo acirramento do tom humorístico da narrativa – ele não tem experiência alguma, mas isso não o impede de mostrar-se muito à vontade no personagem que criou para defender o primo. Para o choque e desespero do juiz, o que Vinny não tem de conhecimento, tem de malícia e “papo furado”. A narrativa é linear, em um ritmo marcado e crescente. O arco final é um pouco estranho à trama, pois há uma modificação um tanto quanto abrupta no personagem Vinny; por outro lado, temos uma cena icônica envolvendo a personagem Mona Lisa, que rendeu elogios rasgados à atriz Marisa Tomei. A maneira como o julgamento é encaminhado também impressiona, inclusive pela correção técnica apresentada. Formalmente, é uma obra convencional, sem inovações ou ousadias. O destaque fica por conta das interpretações, em especial de Joe Pesci e Marisa Tomei, que fazem uma representação hilária e bastante fiel de novaiorquinos do Brooklyn do início dos anos 90 (inclusive o sotaque de Marisa Tomei foi muitíssimo elogiado na época). Destaque, ainda, para Fred Gwynne como o juiz Chamberlain Haller, no último papel do ator, que morreria no ano seguinte. A obra foi agraciada com o Oscar (1993) de Melhor Atriz Coadjuvante para Marisa Tomei. O filme é do tipo “delicinha” e pode ser visto pela família toda. Atualmente em streaming pela Disney + e pelo Prime Video.
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