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hikafigueiredo

"O Preço do Triunfo", de Jan Troell, 1972

Filme do dia (272/2017) - "O Preço do Triunfo", de Jan Troell, 1972 - Minessota, 1850 - Após a desgastante viagem da Suécia à América, Karl Oskar (Max Von Sydow), Kristina (Liv Ullmann), seus filhos e conterrâneos instalam-se em terras devolutas em uma região afastada e despovoada no Minessota. No entanto, mesmo com a profusão de terras disponíveis, novas dificuldades atravessarão a vida do casal.





Sequência da obra "Os Emigrantes", "O Preço do Triunfo" concentra-se na nova realidade dos expatriados e é muito mais dramático que o filme anterior, com algumas sequências de arrepiar. Enquanto "Os Emigrantes" acenava com esperança, terminando com uma belíssima cena do personagem Karl Oskar, este filme lembra o espectador de que não existe fuga para as vicissitudes da existência. Também é uma obra triste porque mostra a banalidade da vida e como a morte está à espreita, não sendo necessário grandes rituais ou acontecimentos para que a última aconteça - ela simplesmente acontece. Como o filme anterior, este também distancia-se do melodrama, apesar de pesar um pouco mais nas cores do drama. Já ao contrário do anterior, o filme ousa mais em termos de linguagem, em especial nas sequências que revelam o que aconteceu com os personagens Robert e Arvid, mesclando tempo passado e presente em pequenos blocos e desenvolvendo uma tensão crescente relacionada à conduta de Robert. Destaque para a cena dos índios invadindo a casa de uns vizinhos da família - fortíssima! A estética do filme se mantém, apesar de certa sofisticação maior em termos de enquadramento e, em especial, montagem (muito mais complexa do que no filme antecessor). Quanto aos atores, Max Von Sydow e Liv Ullmann continuam dando show (muito amor por eles!!!!), mas acho que quem merece ser destacado é Eddie Axberg como Robert - moído por culpas e dores físicas e emocionais, o personagem é carregado de uma dramaticidade rara, trabalho eximiamente realizado pelo ator. Pequena crítica à obra: fiquei incomodada com o "sumiço" de personagens ao longo da narrativa (Danjel, Ulrika, Jonas Petter, dentre outros, desaparecem ao longo da obra e não sabemos mais deles). Até entendo que os filmes, baseados em um romance extenso, não consigam abarcar todas as informações (até porque os dois filmes, juntos, contam com quase sete horas de duração), mas poderiam ao menos referir-se a alguns destes personagens para que não sumissem simplesmente. Bom, o filme é excepcional, forte e dramático, recomendo muito!!!!

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