Filme do dia (89/2018) - "Tóquio Violenta", de Seijun Suzuki, 1966 - Após desligar-se da Yakuza, o ex-gângster Tetsuo "Fênix" (Tetsuya Watari) mantém-se fiel ao seu antigo chefe e mentor Kurata (Ryūji Kita), o qual também tenta se manter longe da criminalidade. No entanto, quando Kurata é traído e prejudicado por um conhecido oponente, Tetsuo será arrastado, novamente, para o crime.
Apesar do roteiro um pouco confuso - são muitos os personagens e as motivações deles nem sempre ficam claras - o filme constitui uma ótima obra sobre o submundo japonês, com um ritmo frenético, cenas de lutas bacanas e um visual impactante. O diretor deixa evidente o seu estrito domínio da linguagem cinematográfica e impressiona por seus enquadramentos perfeitos e equilibrados. Também fiquei impressionada com a direção de arte - as escolhas das cores, muitas vezes um único elemento colorido, de tonalidade vibrante, em meio a uma cena toda branca ou cinza, compõe quadros de rara beleza estética. Diferentemente das obras de mestres como Kurosawa ou Ozu - sempre muito ligadas às tradições japonesas e com um ritmo mais lento - o filme aproxima-se bastante de uma linguagem mais ocidental, com um ritmo bem ágil e com uma estética mais moderna. A trilha sonora é igualmente ocidentalizada. É evidente a influencia do diretor na obra de Tarantino (tem uma cena de luta no filme que me remeteu imediatamente ao filme "Kill Bill - Volume I"). O filme é bem legal, vale a visita.
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