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hikafigueiredo

"Westworld - Onde Ninguém Tem Alma", de Michael Crichton, 1973

Filme do dia (273/2021) - "Westworld - Onde Ninguém Tem Alma", de Michael Crichton, 1973 - Após se divorciar, Peter (Richard Benjamin) é convencido pelo amigo John (James Brolin) a passar suas férias em Delos, um parque de diversões tecnológico com três opções temáticas, dentre as quais o "Westworld", onde é recriado, em detalhes, o ambiente do oeste norte-americano em 1880. No parque, os visitantes convivem com androides tão reais que é quase impossível distingui-los dos humanos. A diversão mostra-se garantida... até que os androides começam a apresentar pequenos defeitos.





Roteirizado e dirigido por Michael Crichton (autor do livro "Jurassic Park", posteriormente levado às telas), o filme retrata os avanços tecnológicos e o resultado quando eles saem do controle de seus criadores (aliás, mesmíssimo tema do livro já mencionado). Aqui, a história se passa dentro de um parque temático onde são recriados três ambientes históricos pretéritos: a Roma antiga, a Idade Média e o oeste norte-americano do fim do século XIX. Neles, os visitantes interagem com androides e vivenciam a realidade das diferentes épocas. Nossos personagens optam pelo "Westworld" e divertem-se participando de brigas no saloon e tiroteios com os robôs - logicamente, tudo sob rígido controle para que nenhum humano seja ferido. Ocorre que, gradualmente, começam a acontecer pequenas panes no funcionamento dos androides, de modo que os visitantes talvez não estejam mais tão seguros. A obra dialoga intimamente com outras onde os robôs se viram contra os humanos, com destaque para os estupendos "Blade Runner" (1982) e "O Exterminador do Futuro" (1984). A narrativa é linear, em ritmo moderado (talvez um pouco lento para o espectador de hoje). Com uma temática ainda atual - tanto que deu origem a uma série homônima em 2016 -, o filme é surpreendentemente bem feito para a década de 70. Esqueça aquela estética clichê e completamente cafona marcadamente setentista - a obra não cai nela, bem como não usa de efeitos especiais canhestros, só se aventurando naquilo que poderia bancar a qualidade. Assim, temos uma estética limpa, com efeitos razoáveis até para o cinema atual. Também não temos aquela fotografia chapada, lavada, sem nuances - ainda que não seja extraordinária, a fotografia se sustenta dentro de limites aceitáveis e não faz feio. Talvez a ideia dos três ambientes pudesse ter sido enxugada para apenas um - evidentemente, o "Wetsworld" -, já que, ao longo da narrativa, a função dos outros dois locais temáticos não fica muito clara e eles acabam mesmo por tirar a atenção da história principal. O elenco é encabeçado por Yul Brynner como um androide-pistoleiro - o ator, que nunca me impressionou, se sai bem como o inexpressivo robô, tal como aconteceria anos depois com Schwarzenegger no papel do androide-exterminador. No papel dos dois amigos, Richard Benjamin interpreta Peter e James Brolin, John - não vou dizer que a interpretação de ambos é marcante, mas também não chega a macular o filme. Acredito que, para a época, a ideia tenha sido bem criativa e, ainda hoje, prende e diverte o espectador. Como eu nem esperava muito, saí com uma impressão positiva. Provavelmente quem gosta da série vai gostar mais, mas acho que é passível de ser aproveitada por qualquer público. Não é brilhante, mas dá para o gasto.

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