top of page
  • hikafigueiredo

"Catástrofe Nuclear", de Mick Jackson, 1984

Filme do dia (11/2022) - "Catástrofe Nuclear", de Mick Jackson, 1984 - Na cidade de Sheffield, no interior da Inglaterra, Ruth (Karen Meagher) descobre que está grávida de seu namorado Jimmy (Reece Dinsdale). Durante a gravidez, conflitos no Oriente Médio levam a um enfrentamento entre países membros da OTAN e a União Soviética que, por sua vez, chegando ao embate direto, leva à detonação de bombas nucleares em diversos pontos do planeta, incluindo Sheffield.




Produzido pela BBC para exibição em televisão, o filme mescla ficção (a história do casal e de seus familiares) com documentário (informações reais acerca das consequências de uma hipotética guerra nuclear no Reino Unido): através da ficção encenada, temos uma ideia bem próxima do significado daquela série de dados oferecidos pela parte documental. O resultado é simplesmente um gigantesco pesadelo. Sem fazer qualquer concessão, a obra expõe um panorama aterrador do que seria um combate nuclear de proporções planetárias. Não tenha ilusões: o filme não traz qualquer sopro de esperança, nenhuma luz no fim do túnel, tudo é horrível, tudo é puro desespero. A narrativa é linear e, através dela, acompanhamos as consequências imediatas, a curto, médio e longo prazo de um embate nuclear. O ritmo é de lento a moderado. A atmosfera, evidentemente, é de tensão e de pleno horror - a morte imediata mostra-se a melhor alternativa para a questão, pois sobreviver é uma jornada sem fim ao inferno. Sendo uma produção televisiva, a qualidade técnica não é tão apurada - a fotografia é granulada, os planos são bem convencionais, não há qualquer sofisticação. A direção de arte, por outro lado, é extremamente convincente, com sua ambientação apocalíptica, tudo completamente destruído e morte para todos os lados - agradeci o fato de filme não vir com odores. Ponto positivo para a maquiagem, pois pessoas feridas de diversas formas são a praxe na obra. O foco da história é Ruth, interpretada por Karen Meagher, a jovem grávida, numa interpretação suficientemente convincente para nos apiedarmos dela. O filme terminou e eu estava arrasada, um poço de angústia e tristeza. Acho que o maior mérito da obra é seu didatismo extremo - ela foi feita para, mais que chocar, conscientizar o público da real necessidade de nos opormos à qualquer situação que possa levar a um embate final entre países, buscando governantes que busquem, sempre, a distensão e jamais o acirramento de conflitos (cá entre nós, não estamos sendo muito felizes nesse quesito...). Impactante, traumatizante e, acima de tudo, necessária, a obra vale cada minuto de duração. Recomendo, junto com uma caixa de sertralina e outra de rivotril. PS - o nome em inglês é "Threads", caso alguém queira caçar em torrent.

Ver insights Alcance de 0 publicações

Curtir Comentar

0 visualização0 comentário
bottom of page