“Escola do Rock”, de Richard Linklater, 2003
- hikafigueiredo
- há 11 minutos
- 2 min de leitura
Filme do dia (42/2025) – “Escola do Rock”, de Richard Linklater, 2003 – Após ser intimado a contribuir com o aluguel do apartamento onde mora com seu amigo Ned (Mike White), o músico e amante de rock‘n roll Dewey Finn (Jack Black), passando-se pelo próprio amigo Ned, arranja um trabalho de professor substituto em uma renomada escola infantil. Surpreendendo-se com o talento musical de seus alunos, Dewey monta uma banda de rock para concorrer em uma competição de bandas.

Filme de conforto da minha filha mais velha, a obra é uma deliciosa comédia com pouco nexo e muita inverossimilhança, mas que facilmente cai nas graças do público infanto-juvenil ou do espectador em busca de algo leve e descontraído. Com o argumento de que o rock é, antes de tudo, um estilo revolucionário e averso a regras e rigidez, a história acompanha o músico Dewey Finn, o qual, em busca de ganhar algum dinheiro para pagar o aluguel, se passa pelo amigo Ned e assume uma vaga de professor substituto em uma tradicional escola infantil. Se, inicialmente, Dewey pensava em simplesmente burlar o sistema para ganhar uns trocados, ao ouvir seus alunos em uma aula de música, descobre o talento das crianças e resolve partir para um plano ambicioso: formar uma banda de rock com os alunos e, com ela, participar de uma competição de bandas. Ainda que o personagem seja um sem noção sem limites e infrinja metade de qualquer Código Penal ao longo da história, sua paixão pela música e devoção extrema ao rock – e, posteriormente, sua lealdade aos alunos – acabam fazendo com que o espectador tenha certa simpatia pelo protagonista e torça para que seus planos deem certo. Claro que a história é profundamente fantasiosa e não resiste a qualquer lógica, mas, num filme de conforto, quem espera algo real e fidedigno? Os destaques do filme ficam por conta da atmosfera quase mágica e bastante agradável, que remete à boa parte dos filmes infantis de qualquer infância; à trilha musical calcada no que há de melhor no rock, tal como The Who, Cream, The Doors, The Ramones, e, óbvio, os deuses supremos do rock, Led Zeppelin; à presença sempre carismática de Jack Black, que, mais do que em qualquer outro papel, interpretou muito de si mesmo e de sua conhecida paixão pelo rock na obra; e, por fim, ao elenco infantil, muito bem escolhido e responsável pelas cenas musicais – os intérpretes realmente tocaram seus instrumentos e cantaram com suas vozes verdadeiras, legando um charme extra à obra. Apesar de ter uma “vibe” completamente diferente, o filme dialoga com intensidade com o filme “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989), muito por conta da ideia de que o professor é alguém que abre portas e mentes. Jack Black foi indicado ao Globo de Ouro (2004) na categoria Melhor Ator em Comédia ou Musical pelo seu trabalho no filme. A obra é um “filme pipoca” por excelência, feito para quem quer relaxar e sair um pouco da realidade cotidiana, podendo ser visto pela família inteira – da vovó ao netinho. Segundo o Justwatch, o filme está disponível para alugar no Apple TV.
Comentarios