Filme do dia (59/2021) - "Como Matar sua Esposa", de Richard Quine, 1965 - Stanley Ford (Jack Lemmon) é um famoso cartunista que se orgulha por, aos trinta e sete anos, jamais ter se casado. No entanto, certo dia, durante uma bebedeira, ele acaba se casando com uma bela desconhecida (Virna Lisi). Agora ele precisa resolver como se livrar da esposa.
Eu sempre tive profunda simpatia por Jack Lemmon, sobretudo por suas comédias ingênuas como "Quanto Mais Quente Melhor" (1959) ou "Se meu Apartamento Falasse" (1960). Assim, quando me deparei com este filme, acreditei que teria mais uma boa comédia em minhas mãos, a despeito do péssimo título da obra. Ledo engano. Ainda que seja tratado como uma comédia, o filme é de um mau gosto crasso, um festival de machismo e misoginia como jamais vira antes. É inacreditável que em algum tempo esse filme tenha sido interpretado como uma comédia!!! Ao longo da obra, as mulheres são destratadas, objetificadas, desprezadas ao absurdo ponto de justificarem um suposto feminicídio (desculpem o quase spoiler). E nem adianta o final óbvio que suavizaria tudo - o estrago já estava feito. A obra me desagradou tanto que nem consegui prestar atenção direito no resto do filme. De qualquer maneira, a linguagem do filme é bastante convencional, igual a qualquer outra comédia hollywoodiana das décadas de 50 e 60. Não posso dizer que Jack Lemmon não estava bem no papel de Stanley Ford, mas fiquei muito decepcionada por ele ter se prestado a trabalhar em um filme tão irresponsável e odioso para o público feminino. Terry-Thomas interpreta o mordomo Charles, outro personagem odioso, na minha opinião. Virna Lisi interpreta a "Sra. Ford" - a personagem nem nome tinha, sendo tratada como mero adendo do marido. Sinceramente? Filme que deve ser relegado ao esquecimento, em especial em um país como o Brasil, onde as taxas de feminicídio estão entre as mais altas do planeta. Fiquei indignada e não recomendo.