Filme do dia (153/2016) - "Entre Abelhas", de Ian SBF, 2015 - Bruno (Fábio Porchat) acaba de se separar da esposa. O rapaz volta a morar com a mãe e tem em seu amigo Davi o único apoio para se recuperar do baque. Subitamente, Bruno percebe que as pessoas ao seu redor, aos poucos, vão sumindo aos seus olhos.
Com um argumento bastante interessante, o filme promete mais do que entrega. A história, indecisa entre comédia ou drama, acaba em cima do muro e não cumpre com competência qualquer dos gêneros. Apesar do empenho de Porchat - que, se não é um ator extraordinário, também não chega a fazer feio - o filme deixa a desejar. Não que eu esperasse alguma explicação lógica para a condição do personagem, mas, um aprofundamento das questões que foram levantadas, seria bastante desejável. Há, no filme, uma cena em que Bruno anda pela cidade, completamente vazia, já que não enxerga mais ninguém - a solidão do personagem é palpável, dolorosa. Mas essa questão (como qualquer outra da obra) é meramente mencionada, sendo pouquíssimo aproveitada. Acredito que um diretor com mais sensibilidade poderia ter realizado uma obra bem mais interessante e profunda. Também fiquei por demais incomodada com o personagem Davi - não sei qual era a intenção ao se criar o personagem, mas ele é responsável por um festival de machismo, mau gosto e incorreção política na tela, aparentemente sem qualquer função "na cadeia alimentar". Aliás, não são poucas as cenas em que o mau gosto impera e piadas completamente desnecessárias são apresentadas (não, eu não gosto de humor rasteiro) - mas isso eu deveria ter imaginado, já que a obra tem o dedo (podre) da Globofilmes, que, como um Rei Midas ao contrário, estraga tudo o que toca. Bom, no frigir dos ovos, achei o filme um pouco fraco e lamento que uma ideia legal tenha sido tão estragada, motivo pelo qual não recomendo o filme. PS - basta ver um filme como "Os Sentidos do Amor" para perceber como uma situação "x" sem explicação lógica pode ser bem explorada.