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  • hikafigueiredo

"Gótico", de Ken Russell, 1986

Filme do dia (142/2018) - "Gótico", de Ken Russell, 1986 - Suiça, 1816. Lord Byron (Gabriel Byrne), por conta dos vários escândalos em que se envolveu na Inglaterra, opta por se auto exilar na Suíça. Seu amigo, o poeta Percy Shelley (Julian Sands), vai visitá-lo na companhia de sua amante Mary (Natasha Richardson) e a irmã desta, Claire (Myriam Cyr), ocasião em que vivem uma noite de terror propiciada pelos medos interiores de cada um dos presentes.





Apesar de usar, como personagens, pessoas reais, que existiram verdadeiramente, a narrativa é quase 100% ficcional. É fato que este encontro realmente existiu e que, após um desafio lançado na ocasião, Mary Shelley criou seu famoso personagem Frankenstein. No entanto, é mais que evidente, que os acontecimentos retratados são totalmente frutos da imaginação fértil do roteirista e não devem ser considerados. Também é óbvio que o intento do roteirista e do diretor era criar "climão", era fazer uma filme com uma atmosfera lúgubre, pesada, que atemorizasse o espectador através de tensão psicológica. Olha... até acho que a obra conseguiu pesar essa atmosfera... mas esqueceu - e muito!!! - do roteiro!!! O filme não flui redondo, tive a sensação de que ele se desenvolve aos pulos, cada cena parece não se ligar à antecessora ou à seguinte. Além do desenvolvimento truncado, as falas são tão herméticas, tão desprovidas de conteúdo, praticamente não fazem nenhum sentido!!!! Okay, os personagens são poetas e estes, com frequência, falam de maneira rebuscada ou, ainda, com significados obscuros, mas, no filme, parecia conversa de doido!!!! rs Como eu sempre procuro os pontos positivos, acho que visualmente a obra é muito bonita - a direção de arte é muito caprichada e a fotografia trabalha a luz com sensibilidade, sempre em tons amarelados, caindo para o sépia, realmente bonita. Também sempre me desperta prazer e felicidade ver Gabriel Byrne e Julian Sands (lindo!!!) em ação. Por outro lado, as atrizes me soaram bastante fracas, especialmente Natasha Richardson, cuja expressividade de um tomate chegou a me irritar. Mas nada é pior que a trilha sonora do filme - nos anos 80, ficou muito em voga, as trilhas sonoras de música eletrônica; o filme poderia se passar no século XIX, na Idade Média ou no Pleistoceno, tanto fazia, tacavam música eletrônica na obra e pronto. Óbvio que, para os nossos ouvidos, bem mais sensatos que os da década de 80, a música eletrônica do filme parece totalmente deslocada, uma verdadeira aberração, que não contribui em nada com a atmosfera sombria pretendida (e aqui ainda me misturam, com a música eletrônica, o som de um cravo... quase deu vontade de perfurar os tímpanos de propósito!!!!). No final das contas, achei o filme visualmente bonito, mas fraquíssimo, bem filmografia menor do diretor, quase um equívoco!!!! Na real??? Descarte, não vale a pena não....

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