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  • hikafigueiredo

"Iluminação Íntima", de Ivan Passer, 1965

Filme do dia (243/2020) - "Iluminação Íntima", de Ivan Passer, 1965 - Peter (Zedenek Bezudek), um músico clássico de Praga, retorna à sua aldeia natal, para tocar na pequena orquestra local, hospedando-se na casa de Bambas (Karek Blazek), um antigo amigo de juventude.





Integrante do box da Versátil "Nouvelle Vague Tcheca", o filme é considerado uma das maiores obras do diretor Passer. O filme retrata um breve momento da vida dos personagens, músicos clássicos da Tchecoslováquia nos anos 60. É uma obra intimista, que retrata a vida comum, cotidiana, de pessoas sem qualquer excepcionalidade. Mas, diferente de um diretor como Ozu, que também discorria sobre o cotidiano, Passer não conseguiu, - pelo menos para essa que vos escreve - extrair a poesia da existência banal, corriqueira. Assistir à obra se tornou uma tarefa árdua e inglória - em outras palavras, a achei chatésima. A narrativa é linear, o ritmo é lentíssimo e não há, em momento algum, um clímax ou algum acontecimento extraordinário que dê destaque à história. Não há, ainda, qualquer grande ousadia em termos de estética ou linguagem e mesmo tecnicamente, não vislumbrei qualquer diferencial ou tentativa de experimentação. A fotografia é um P&B sem contraste e não conta com enquadramentos diferentes, tudo é bastante tradicional. A característica mais ousada foi não incluir, no filme, qualquer música não-diegética, ou seja, toda e qualquer música que tenha na obra está incorporada à história, na maioria das vezes sendo tocada pelos próprios personagens. Os personagens pouco exigiram do elenco então pouco ou nada posso falar das interpretações. Se merece algum destaque é a beleza da atriz Vera Kresadlová, que interpreta Stopa. A melhor cena, na minha opinião, foi a final, a da gemada, com sua comicidade sutil. Talvez o filme agrade quem goste de filmes muito, muito, discretos, ou especificamente de Nouvelle Vague, não sei... eu sofri para terminá-lo. Importante ou não para o novo cinema tcheco dos anos 60, eu não ouso recomendá-lo: eu achei um porre, não consegui me envolver com a história por um só segundo.

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