Filme do dia (113/2015) - "Mãe e Filho", de Aleksandr Sokurov, 1997 - A professora Anna, mulher de idade avançada, está gravemente doente, a poucas horas de sua morte. Seu filho cuida dela com atenção e afeto e, juntos, relembram momentos da infância dele.
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O filme trata com extrema delicadeza da relação mãe e filho e do amor maternal/filial. Trata também da despedida, do desapego, da solidão e do companheirismo. Tudo isso é passado em pouquíssimas palavras e ainda menos movimentos. O filme é extremamente lento e silencioso e as ideias transmitidas nos chegam de uma maneira muito mais sensorial do que racional. É daqueles filmes para serem sentidos e interpretados à partir das emoções despertadas. Plasticamente é belíssimo - a fotografia, puxada para o amarelo, cria verdadeiras pinturas e cada cena é uma obra de arte à parte. A ambientação - uma casa perdida entre campos, florestas e montanhas rochosas - contribuem para o clima intimista da obra e para a beleza imagética. São inúmeros os planos bem abertos - a solidão destas cenas é sufocante - assim como os longuíssimos tempos de cada quadro - uma coisa mega contemplativa. A trilha sonora é discreta, com notas de um piano que dialoga com os grandes silêncios e com o som do vento. As atuações são igualmente contidas - os poucos diálogos são murmurados, os movimentos são delicados limitando-se a carinhos e atenções do filho para com a mãe agonizante. A atriz que faz a mãe é bastante expressiva e consegue estampar em seu rosto, sem alarde, a dor da separação do filho amado. O filme é bastante curto - 68 minutos - mas ainda assim é impactante. Aconselho para quem gosta do estilo, porque quem gosta de um ritmo mais ágil vai detestar a lentidão da obra. PS - a qualidade do DVD da Silver Screen Collection só não é pior por falta de espaço. Ruim de dar dó... ou ódio.