Filme do dia (234/2020) - "O Doutor da Felicidade", de Lorraine Lévy, 2017 - Knock (Omar Sy) é um apostador endividado que, fugindo de seus credores, embarca em um navio para trabalhar como médico - mesmo não sendo um. Durante o cruzeiro, descobre um insuspeito talento para a medicina.
Fui atraída por esse filme graças à presença do maravilhoso Omar Sy no elenco. Foi uma boa aposta, pois me deparei com um filme leve, que flerta por vezes com a comédia, por vezes com o drama e que termina proporcionando uma deliciosa sensação de bem estar e uma dúvida premente (que não vou revelar para não estragar a leitura dos demais espectadores - quem vir o filme entenderá). Acho que o principal assunto tratado na obra é a empatia - claro que temos outros temas como responsabilidade, ética, respeito, e, pelo menos uma cena em que roçamos na questão do racismo, mas, para mim, o cerne do filme é a empatia, tanto da parte de Knock (ou, Doutor Knock), quanto de seus pacientes. A narrativa é linear, flui com suavidade, o ritmo é moderado e estável, com clímax discreto. O que muito me divertiu no filme foi a tal dúvida, para a qual não obtive uma resposta segura rs. Gostei bastante da direção de arte de época, pois a história se passa em meados dos anos 50. Ótimo aproveitamento das locações - lindo o vilarejo onde se passa a maior parte da história. A fotografia é correta, mas sem qualquer ousadia, com enquadramentos bem tradicionais. Como já disse, Omar Sy é o grande nome do elenco - acho incrível como esse ator é carismático, interprete o personagem que for - e ele está ótimo como o dúbio Dr. Knock; Ana Girardot interpreta, com competência, Adéle, a moça humilde que arrebata o coração do protagonista. Alex Lutz interpreta o padre Lupus, perfeito como o antipático pároco. O filme é bem gostosinho, tanto que me pareceu mais curto do que é realmente (1h53min de duração). Recomendo para quem gosta de cinema francês - e ainda tem o Omar Sy...