Filme do dia (357/2020) - "2012", de Roland Emmerich, 2009 - Um jovem geólogo indiano descobre que neutrinos advindos de explosões solares estão, pouco a pouco, deixando a crosta terrestre instável, o que, em curto espaço de tempo, colapsaria o planeta. Ele transmite sua descoberta para o Dr. Helmsley (Chiwetel Ejiofor), o qual leva a informação para a Casa Branca, dando início a uma corrida contra o tempo para garantir a manutenção da espécie humana.
Antes de mais nada, um parênteses. Eu decidi que escreveria sobre todos os filmes que eu tenho na coleção de DVDs e admito que até me surpreendi ao me dar conta que ainda tinha esse título no rol. Resolvi revê-lo antes de me livrar definitivamente dele, sabendo que seria uma tarefa ingrata. Em minha defesa, comprei o exemplar logo que foi lançado para checar se era assim tão ruim. E sim, era. E continua sendo. Fecha parênteses. Filme pipoca por excelência, a obra aposta no gênero "filme-catástrofe" e, como é usual, usa e abusa de absurdos para criar tensão e agonia no espectador. Mas, aqui, são tantas coisas inverossímeis e exageradas, "tudo ao mesmo tempo agora", que, ao invés de cooptar o público, acaba afastando o espectador - pelo menos aquele com, ao menos, alguma capacidade de análise. A baboseira continua com o clássico heroísmo na nação norte-americana, com o presidente dos EUA liderando o mundo pela sobrevivência da espécie - piada... Continuando a vagar pelos clichês, o filme se concentra em um joão-ninguém, um norte-americano médio, que fará de tudo para salvar sua família,a demonstrar a veia corajosa daquele povo. Olha... e é daí para baixo, tá? Não vou me estender na análise porque nem vale o tempo perdido. No entanto, como eu sempre faço, ressalto o pouco que, para mim, é "salvável" na obra: gosto de Woody Harrelson no papel do maluco-de-carteirinha Charlie Frost - combina bem com a cara insana dele; o filme tem alguns efeitos especiais bacanas - alguns, não todos, ainda mais se considerarmos que o filme é puro CGI da primeira à última cena; e sou simpática à presença de John Cusack, apenas porque tenho simpatia tradicional pelo ator mesmo. É isso. Acabou. No polo oposto, como piores cenas, a fuga de avião, inconcebível mesmo relaxando a lógica; John Cusack correndo atrás do avião prestes a decolar, no pior trecho de efeito especial do filme; o sacrifício do presidente dos EUA, pela ideia inverossímil e pela cena patética; e, para mim, a cereja do bolo - a cena em que os "homens" da nave se reúnem para discutir as decisões, enquanto as mulheres e crianças aguardam, bovinamente, no andar de baixo, que seus destinos sejam traçados pelos guardiões da coragem, os verdadeiros senhores da razão (contém ironia) - aaaaaah, faça-me o favor... O filme é ruim de doer, mas uma dor, como eu diria... de cólica renal, tá???? Muito ruim!!! E me considero heroica em ver a obra pela segunda vez, só para alertar quem for ler isso aqui para seguir adiante e não cair em tentação. Se você já viu, eu sinto muitíssimo, se não viu, corre nível Usain Bolt.
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