Filme do dia (88/2016) - "8 1/2", de Federico Fellini, 1963 - Guido Anselmi (Marcello Mastroianni) é um renomado diretor de cinema em crise de criatividade. Preocupado com sua saúde abalada, ele se hospeda em uma estação hidromineral, ao mesmo tempo em que está às voltas com o roteiro de seu próximo filme, obra em que exporá boa parte de sua vida, inclusive a relação com Luisa (Anouk Aimée), sua esposa, e Carla (Sandra Milo), sua amante.
Filme autobiográfico e metalinguístico de Fellini, a obra é simplesmente maravilhosa! A história mescla magnificamente a realidade, os sonhos, as lembranças e os desejos do personagem Guido. Profundamente alegórica, a obra é quase uma experiência junguiana, tal importância que é dada aos sonhos do personagem e, por que não dizer, do próprio diretor. O filme apresenta uma belíssima fotografia P&B, assim como uma direção de arte refinada - chegou a ganhar Oscar de Melhor Figurino. As cenas, como era de se esperar em se tratando do diretor, são minuciosamente orquestradas, passeando por tipos extravagantes e figuras burlescas. Puxa, não sei explicar a música, mas consigo identificá-la como tipicamente felliniana, lembrando muito o tipo de sonoridade encontrada também em "Amarcord", "La Dolce Vita", "Noites de Cabíria" e "A Estrada da Vida". Bom... Marcello Mastroianni é um ídolo para mim, então só posso achá-lo perfeito como o confuso, inseguro, mimado e arrogante Guido. Anouk Aimée, lindíssima como a controlada e magoada Luisa, e Sandra Milo, como a frívola e "coquete" Carla, completa o trio de personagens principais. Claudia Cardinalle faz uma pequena ponta na história. O filme é riquíssimo em leitura e tão bom que ganhou Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, muito merecidamente. Recomendo com loas e louvor!
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