Filme do dia (130/2018) - "A Cura", de Kiyoshi Kurosawa, 1997 - Inúmeros assassinatos andam acontecendo cujos autores não conseguem explicar o motivo de os terem praticado. O detetive Takabe (Kōji Yakusho) é destacado para investigar o caso, que ganha contornos cada vez mais estranhos quando Takabe se depara com um homem sem memória (Masato Hagiwara).
O início da obra sugere uma história policial, mas, com o decorrer do filme, percebemos tratar-se de um ótimo terror psicológico. Apesar de envolver crimes violentos, a obra não tem nada de "gore", e apoia-se, totalmente, na formação de uma atmosfera crescentemente tensa, que ganha, na última meia hora, cores sobrenaturais. O filme difere bastante das atuais obras do gênero - não faz uso de subterfúgios como música crescente, sustos, efeitos especiais ou maquiagem, e, ainda assim, é hábil em criar tensão e medo no espectador. Tecnicamente, é um filme padrão, sem grandes destaques. Kōji Yakusho está bem como o detetive estressado e dividido entre os cuidados à esposa doente e o trabalho exigente, mas é Masato Hagiwara quem leva o filme como o intrigante homem sem memória - sério, eu achei o personagem assustador...Sei que sou suspeita para falar, pois terror psicológico é meu sub-gênero predileto dentro do terror (e são tão difíceis de encontrar...), mas a obra é bacana, bem feita e ótima no que se propõe. Para quem não conhece, recomendo. E fiquei com muita vontade de ver mais coisas do diretor.
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