Filme do dia (21/2019) - "A Festa", de Sally Potter, 2017 - Janet (Kristin Scott Thomas) acaba de ser nomeada Ministra da Saúde Britânica. Para comemorar, convida alguns amigos para uma pequena confraternização, oportunidade em que inúmeras revelações virão à tona.
O filme, uma pretensa comédia dramática, traz alguns pontos interessantes, mas, no cômputo geral, deixa a desejar. Achei curiosa a opção por mostrar mulheres profissionalmente realizadas, fortes, dominantes, envolvidas com homens frágeis, desesperados ou "apagados", subvertendo os papeis normalmente delegados a estes gêneros. Também achei interessante a "movimentação" dos personagens que se alternam à frente da narrativa, trazendo, cada qual, uma questão diferente e pessoal. A ideia toda é ótima, o grande problema reside nos diálogos repletos de frases pretensamente inteligentes e de efeito que, na realidade, soam forçadas e, por vezes, deslocadas ou mesmo ridículas. Outro tiro no pé está na revelação final que, na minha opinião, estava óbvia desde a metade da história, então nem de longe teve o efeito esperado. Por outro lado, o filme tem o mérito de ter uma bela fotografia P&B, usada, em vários momentos, como elemento dramático, trazendo, inclusive, aproximações, planos e desfoques com evidente efeito na narrativa. Outra virtude da obra - para mim, a maior - está no elenco, cheio de gente muito boa, começando pela maravilhosa Kristin Scott Thomas, de quem sou fã há milênios. Outros nomes valiosos são Bruno Ganz, Timoty Spall e Patrícia Clarkson. Cillian Murphy, em contrapartida, nunca me convenceu e aqui não foi diferente. Não fosse o elenco de peso, talvez a obra naufragasse "titanic-camente", mas esse povo conseguiu manter o filme dentro do razoável. Não diria que é um bom filme, mas tem lá alguns pontos positivos. Dá para ver, desde que não haja mais opções... rs
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