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"A Menina Santa", de Lucrecia Martel, 2004

hikafigueiredo

Filme do dia (07/2019) - "A Menina Santa", de Lucrecia Martel, 2004 - Amália (Maria Alché) é uma adolescente muito católica que se questiona acerca dos "sinais da vocação" - quando e como viria o sinal divino que indicaria sua predestinação na vida. Certo dia, quando assistia a uma apresentação musical na rua, Amália é sexualmente assediada pelo médico Jano (Carlos Belloso). Certa de que o evento correspondeu ao tão aguardado sinal, Amália passa perseguir seu molestador.





Badaladíssimo à época de seu lançamento, o filme, definitivamente, não me arrebatou. Ainda que eu admita qualidades na obra - em especial na capacidade de sugerir intenções sem que nada seja efetivamente falado -, não consegui me conectar com a história ou com seus personagens. Uma primeira crítica reside na reação da jovem Amália ao assédio sofrido - sinto muito, mas nenhuma mulher assediada reage como a personagem reagiu: nenhum incômodo, nenhuma aversão, ao contrário, surge ali uma pulsão sexual e um interesse no assediador completamente inverossímeis na minha opinião. Além disso, achei o filme arrastado, os acontecimentos ocorrendo em tempo geológico e, para mim, a narrativa só engrenou mesmo na última meia hora (e olhe lá). Por fim, desconfio que a obra pretendia criar certa aura de desejo, de sensualidade, tanto partindo de Amália, quanto de sua mãe Helena (Mercedes Morán), que não me atingiu - por sinal, achei o filme asséptico, não consegui, em momento algum, ter alguma conexão emocional ou sensorial com ele. Nem mesmo as boas atuações de Maria Alché e Mercedes Morán conseguiram me conquistar. Posso até estar em um mau dia, mas a verdade é que, no momento, minha opinião sobre a obra é quase completamente negativa. Em todo caso, como minha reação foi na contramão de tudo o que li acerca da obra, deixo para o leitor tirar a dúvida sobre o filme...

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