“O Segredo de Marrowbone”, de Sergio G. Sánchez, 2017
- hikafigueiredo
- há 15 minutos
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Filme do dia (140/2025) – “O Segredo de Marrowbone”, de Sergio G. Sánchez, 2017 – 1969, interior dos EUA. Após a prematura morte da mãe, quatro irmãos – Jack (George MacKay), Jane (Mia Goth), Billy (Charlie Heaton) e Sam (Matthew Stagg) – escondem-se na afastada propriedade da família. Eles temem serem separados, caso a morte da mãe seja descoberta pelas autoridades. Aguardando a maioridade de Jack, o mais velho dos irmãos, eles precisam conviver com os sombrios mistérios e segredos da mansão.

Transitando entre os gêneros suspense, terror e drama, o filme reveste-se de uma narrativa intrincada para contar a história de uma família marcada pela tragédia. Logo de início, acompanhamos a chegada de Rose Marrowbone e seus quatro filhos aos EUA. Ela retorna à propriedade onde cresceu após anos no exterior. A narrativa evidencia que eles fogem de algo/alguém, mas a princípio não sabemos exatamente do que se trata. Com a saúde bastante debilitada, Rose acaba falecendo, não sem antes fazer com que Jack, o primogênito, prometa manter-se unido aos irmãos e protegê-los de qualquer mal. Ocorre que Jack está prestes a fazer 21 anos, idade em que ele poderia se responsabilizar pelos demais. Temendo serem separados, os irmãos escondem-se da sociedade na residência da família e apenas Jack se dirige, eventualmente, à cidade mais próxima para comprar mantimentos e resolver as questões jurídicas relacionadas ao imóvel, oportunidade em que ele aproveita para ver Allie, uma jovem por quem se enamora. Envolta por mistérios e segredos, a família aguarda, ansiosamente, a maioridade de Jack. A narrativa é majoritariamente linear, com um ou outro flashback explicativo. A atmosfera é sombria, tensa e angustiante – gradativamente, segredos relacionados à família e à casa são revelados, mas nada parece o que realmente é e sempre pode acontecer uma nova reviravolta. Ao longo da trama, acontecem alguns plot twist e confesso que o último deles me pegou de surpresa – o que é raro, motivo pelo qual acabei gostando bastante da obra. A construção da atmosfera através do desenho de produção – o imóvel é bastante labiríntico e eu não consegui fazer, em momento algum, um “mapa mental” dos cômodos -, da fotografia - colorida, em tons quentes, amarronzados e fazendo o bom uso de claros/escuros – e da edição de som – ruídos, rangidos, a casa parece “falar” constantemente – é irretocável e me deixou muito envolvida desde os primeiros minutos da história. O elenco estrelado conta com as duas musas atuais dos gêneros terror/suspense, as maravilhosas Anya Taylor-Joy e Mia Goth, respectivamente as personagens Allie e Jane. George MacKay – outro ator que eu gosto demais – interpreta Jack e Charlie Heaton dá vida ao irmão Billy. O ator mirim Matthew Stagg interpreta o caçula Sam. O ator Kyle Soller interpreta o advogado Tom Porter. Gostaria de discorrer mais sobre alguns assuntos desenvolvidos na história, mas quase tudo o que eu disser vai recair em spoilers e esse é daqueles filmes em que qualquer informação extra vai acabar com a experiência cinematográfica do amiguinho, então vou ter de ficar só na superficialidade mesmo. O filme me surpreendeu bastante e só por isso já mereceria eu gostar dele, mas a história é realmente bem desenvolvida e as revelações são bem colocadas ao longo da narrativa. Acho que vale a visita para quem curte, principalmente, o gênero suspense. Está para alugar no Prime Video.



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