Filme do dia (124/2020) - "A Morte Sorriu para o Assassino", de Joe D'Amato, 1973 - Um acidente acontece diante da mansão da família Ravensbruck, que acaba acolhendo a sobrevivente Greta (Ewa Aulin). A chegada desta estranha transformará a vida na mansão.
Oh, Lord. Já disse que nos boxes "Obras Primas do Terror" da Versátil têm sempre pelo menos um filme beeeeeem ruim, daqueles que não dá para fazer defesa. Sei também que, dentre os fãs do gênero terror, tem aqueles que curtem esses filmes capengas e vêem nos roteiros esdrúxulos uma virtude, o que justificaria a presença de filmes discutíveis nos boxes. Bom, isto posto, deparei-me com essa "pérola" do terror gótico italiano, um filme que agradará em cheio esse grupo de fãs a que me referi acima. O roteiro desta obra é confuso, mas, mesmo quando organizado na nossa cabeça (já que na tela ele é mesmo uma bagunça), ele tem mais furos que uma peneira - são tantas as passagens sem sentido e/ou fisicamente impossíveis, mesmo levando em conta qualquer elemento sobrenatural, que é impraticável levar a sério o filme. Mas mesmo roteiros confusos ou "furados" podem alcançar uma atmosfera sombria ou gerar uma tensão que façam a obra valer a pena - infelizmente, não é o caso deste filme, que não conseguiu despertar, em mim, qualquer mínima emoção de angústia, medo ou tensão. O tempo da narrativa, para piorar, é meio zoado - há flashbacks misturados com tempo presente, e volta para um flasback anterior diferente, ó, uma zona, a gente só consegue organizar bem "marromenos" a cronologia da história depois que acaba. Até esteticamente a obra é, na minha opinião, bem falha - a direção de arte e a fotografia criam um ambiente claro, luminoso e "limpo" demais, o que não contribui para criar um ambiente de medo (ainda que o filme "Midsommar" - 2019 - conseguiu mostrar que é possível criar tensão mesmo em plena luz do dia). Para completar, uma musiquinha chatinha que só acompanha o filme e também não ajuda na composição da obra. Quanto às interpretações, um bando de gente ruim, com exceção de Klaus Kinski - cara, o que ele foi fazer num filme desses??? Muita conta para pagar??? De qualquer forma, sua habitual cara de maluco foi o que mais fez sentido na obra. Sério, tive ímpetos de parar o filme no meio e só não parei porque fiquei curiosa quanto ao ponto em que a groselha ia - e foi longe, viu. Em suma, corra sem olhar para trás, exceto se você for aquele tipo de espectador de filme de terror que acha que quanto pior, melhor - daí vai que a bola é sua.
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