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"A Mulher do Tenente Francês", de Karel Reisz, 1981

  • hikafigueiredo
  • 12 de fev. de 2021
  • 2 min de leitura

Filme do dia (76/2021) - "A Mulher do Tenente Francês", de Karel Reisz, 1981 - A atriz Anna (Meryl Streep) interpreta a personagem Sarah em um filme de época. Seu par romântico é Mike (Jeremy Irons), que interpreta o personagem Charles em um conturbado relacionamento proibido e escandaloso com Sarah. Na vida real, os dois intérpretes se envolvem, reproduzindo, em parte, o controverso romance da história.





O filme trata, em linhas gerais, de paixões, sentimentos não correspondidos, entrega, emoções insinceras, manipulação emocional e busca pela própria identidade. A narrativa, explicitamente metalinguística, acontece em duas frentes - de um lado, a história do filme; de outro, a vida real dos atores que interpretam a obra. Em ambas, um relacionamento amoroso polêmico, pois a relação da obra ficcional é reproduzido fora das telas. É bem legal a disposição dos arcos de cada uma das frentes, que se alternam um após os outros, confundindo-se e formando uma trama densa. A narrativa, como um todo, tanto em uma frente, quanto na outra, ganha espessura graças à complexidade dos personagens, em especial a figura de Sarah - a personagem da história de época é muito mais do que se pode crer em um primeiro momento. Aparentemente frágil, melancólica e vitimizada, Sarah ganhará outra perspectiva ao longo da história, muito mais ousada e consciente de suas potencialidades, surpreendendo não apenas o personagem Charles, mas o próprio espectador. Fora das telas, Anna mostra-se menos complexa, mas nem por isso menos interessante na forma como conduz o relacionamento escuso com o ator Mike. Quanto ao personagem Charles, ele é bem mais próximo do seu intérprete Mike do que Sarah é de Anna - nas duas frentes ele representará a total entrega, a paixão desmedida que a tudo engole. Evidente que seriam necessários intérpretes muito competentes para conseguir pontuar seus personagens duplos, o que foi alcançado com a escalação de Meryl Streep para fazer Sarah/Anna e Jeremy Irons como Charles/Mike, ambos bastante novos, mas indiscutivelmente já cheios de talento. Ambos conseguem trazer volume e nuances aos seus duplos personagens, magistralmente interpretados . Por sua interpretação, Meryl Streep foi agraciada com o Globo de Ouro e o BAFTA de Melhor Atriz, além de ser indicada ao Oscar na mesma categoria. O filme ainda concorreu em diversas categorias do Oscar (Roteiro Adaptado, Montagem, Figurino, Direção de Arte), a indicar a qualidade da obra. O filme é beeeem legal, instiga e envolve o espectador na complexa rede de emoções dos personagens. Eu gostei demais e recomendo!

 
 
 

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