Filme do dia (152/2018) - "A Sociedade dos Amigos do Diabo", de Brian Yuzna, 1989 - Bill Whitney (Billy Warlock) é um adolescente bem nascido de Beverly Hills. No entanto, apesar de viver uma vida materialmente abonada, Bill sente que há algo de estranho com a sua família, que lhe parece que guarda um segredo. Após ouvir uma gravação interceptada de sua família, Bill convence-se de que algo está muito, muito errado com ela...
Antes de mais nada, para desfazer uma impressão muito errada que o título sugere, o filme não tem nada a ver com rituais satânicos, não obstante algumas imagens possam soar realmente demoníacas. A obra situa-se numa intersecção entre terror, suspense e ficção científica, equilibrando bastante bem os três gêneros. Apesar de ser um filme prioritariamente de entretenimento, até que sobram, aqui e ali, algumas críticas divertidas à sociedade capitalista, em especial, à norte-americana, uma verdadeira metáfora dos ricos e poderosos (eu adorei!). A narrativa é bem construída e é hábil em construir uma atmosfera de tensão crescente. No clímax do filme, certas cenas são realmente perturbadoras e talvez algumas pessoas possam se sentir incomodadas com o teor delas, que lembra um quadro de Bosch. Por outro lado, para gostar da obra, é preciso abstrair alguns "defeitos especiais" pretensamente sérios - diferente dos filmes "trash" em que os efeitos ruins são parte integrante, senão essencial, da graça da história, aqui eles por pouco não estragam o filme. As interpretações também pesam negativamente, mas não chegam a "fritar" a obra. Talvez por ter assistido ao filme sem nem a mínima expectativa, é fato que ele me prendeu, perturbou na medida certa e eu acabei curtindo o resultado geral. Posso dizer que é um filme caindo para o gênero do terror bem razoável, muito melhor que muitos outros por aí. Quem curte terror, suspense ou ficção deve curtir sim e recomendo para estes e para curiosos de plantão.
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