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"A Volta dos Mortos-Vivos", de Dan O'Bannon, 1985

hikafigueiredo

Filme do dia (48/2019) - "A Volta dos Mortos-Vivos", de Dan O'Bannon, 1985 - Em uma pequena cidade do Kentucky, Frank (James Karen) e Freddie (Thom Mathews), dois funcionários de uma loja de artigos médicos, liberam, acidentalmente, um gás militar experimental que tem o poder de trazer os mortos de volta à vida. Alcançando um cemitério vizinho, o gás desperta uma horda de mortos-vivos sedentos por cérebros humanos e Frank e Freddie, junto com outros moradores locais, têm de lutar para sobreviver.





Se tem uma coisa que eu gosto em filmes de zumbis, é que eles sempre - SEMPRE - trazem embutida uma crítica pertinente. Seja uma crítica à sociedade capitalista, ao consumismo, ao poderio bélico, ao militarismo, a opinião contundente está sempre lá. E aqui não será diferente. Nesta obra temos um típico exemplar do gênero "terrir" - aqueles filmes que aliam os gêneros terror e comédia e, por mais que a temática seja, em tese, assustadora, o resultado é uma narrativa cômica e absurda. As obras do gênero "terrir", ainda, sempre abraçam o "trash", um dos mais fortes elementos do tipo. Assim, temos, com frequência, sangue evidentemente falso jorrando aos borbotões, partes de corpos feitos de borracha, bonecos mecânicos mega "fakes", e por aí vai. Tudo que eu mencionei é encontrado em "A Volta dos Mortos-Vivos" : de um lado, a crítica, no caso, ao militarismo e ao niilismo da juventude - as "tribos" de jovens se organizando à partir de uma estética, sendo, no entanto, desprovidos de qualquer conteúdo (filosófico, intelectual, crítico, "whatever"); de outro, o componente cômico, "trasheira" no limite do aceitável. Até quem não gosta de filmes de zumbis terá de admitir que o filme lançou um dos principais elementos da iconoclasia do gênero - o célebre "lamento" dos zumbis "Braaaaaaains.... More braaaaaaains". Por outro lado, os zumbis deste filme conseguem expressar frases inteiras com sentido, ou seja, eles têm um raciocínio lógico que, para mim, é inaceitável num morto-vivo (rs), mas que, entendo, faz parte do conteúdo "trash" da obra. Destaques: o visual oitentista da meninada do filme; a mulher-zumbi cortada ao meio; o "homem- alcatrão" (personagem famoso dos filmes de zumbis); a trilha sonora repleta de punk rock e suas variações; o desfecho fantástico (sem spoilers). O filme é divertido, é considerado um "cult" do gênero, mas há que se estar imbuído de muita boa-vontade para acolher a "trasheira reinante - quem não curte filme "trash", quem não gosta de obras de baixo orçamento que assumem suas limitações e se dispõem a criar saídas originais para problemas de todas as ordens, não deve se aventurar, em hipótese alguma, nesse terreno!!!! Em outras palavras: para curtir esse filme, você tem que gostar de tranqueira, de filme que, de tão ruim, acaba sendo bom!!!! rsrsrsrsrs. Como eu consigo me despojar de todo apreço que tenho pelo cinema de qualidade e mergulhar no universo dos filmes B (C, D, E... rs) com gosto, eu curti a bobageira toda. Só para amantes do tipo.

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