Filme do dia (387/2020) - "Across the Universe", de Julie Taymor, 2007 - Década de 60. Jude (Jim Sturgess) é um jovem operário britânico que deixa Liverpool em direção à América para encontrar e conhecer seu pai. Ele acaba amigo de Max (Joe Anderson), um estudante de Princeton que pretende abandonar a faculdade, e da irmã deste, Lucy (Evan Rachel Wood), por quem se apaixona. Juntos, eles viverão a efervescência dos anos 60 em Nova York.
A obra é um musical que usa, como norteador, as músicas dos Beatles, seguindo a mesma lógica da peça teatral "Mamma Mia", encenada pela primeira vez em 1999, e que tem como base as músicas do grupo ABBA. Em "Across the Universe" nem todas as músicas são utilizadas inteiras, há, na maioria das vezes, o uso de trechos, maiores ou menores, das canções, dando sentido à história. É lógico que, aqui, gostar ou não das músicas da banda faz toda a diferença na afinidade com a obra - fãs vão gostar mais que não-fãs. Eu - que gosto das músicas dos Beatles - diria que o musical é um pouco irregular, pois há passagens boas e outras nem tanto, na concepção geral da coisa. Destacaria algumas passagens: gostei das cenas das músicas "Let it Be", "Come Together" e, a melhor delas, "I Want You". Bono (U2) tem uma participação rápida, cantando "I am the Walrus", algo bem psicodélico. Com um tom pacifista, a história foca na relação de Jude e Lucy, mas tem, como pano de fundo, a Guerra do Vietnã e os movimentos contrários à guerra. Ainda que tenha muita simpatia pela obra, achei as cenas com animações e efeitos especiais sofríveis, alguns dos piores CGIs que me lembro de ter visto na vida. As músicas são cantadas pelos intérpretes e, definitivamente, quem se sai melhor aqui é o elenco de apoio: Dana Fuchs como Sadie (maravilhosa por qualquer ângulo que você olhe), Marthin Luther McCoy como Jojo e a gracinha T. V. Carpio como Prudence. Não que Jim Sturgess, Joe Anderson e Evan Rachel Wood cheguem a fazer feio - não, mas os outros são melhores, é fato. Também achei irregular a edição de som - algumas dublagens não ficaram tão boas quanto outras. Outro ponto que vale destacar são as coreografias - gostei bastante, com destaque para a de "I Want You". Eu, que não sou fã de romance, achei fofo e isso não é usual para mim. Não é magnífico, mas tem seus méritos. Recomendo para quem curte musicais, Beatles (sem ser um purista, porque esse vai encontrar mil defeitos e vai querer morrer com o resultado) e romancinhos bonitinhos.
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