Filme do dia (456/2020) - "Alien - O 8o Passageiro", de Ridley Scott, 1979 - Uma nave espacial comercial, com sete tripulantes, está em rota para retornar à Terra. No caminho, recebe uma estranha mensagem, que sugere um "S.O.S.", partindo de um planeta desabitado. Atender ao pedido de socorro se revelará um grande erro.

Provavelmente o filme que melhor integra elementos da ficção científica com o terror e o suspense, a obra é um verdadeiro marco do cinema. Com uma narrativa enxutíssima, construída calma e meticulosamente, leva o espectador da placidez das cenas iniciais ao absoluto pânico nas cenas finais. Ao longo de suas quase duas horas, haverá a construção minuciosa do clima, bem como de seus dois personagens principais - o vilão, na forma de um alienígena perfeito e mortal; e da heroica sobrevivente que terá a missão de destruir a criatura sanguinária após a queda dos demais tripulantes. Digo construção porque, inicialmente, nenhum personagem ganha evidência - todos merecem igual importância, no caso da tripulação, e é só à partir do encontro dos estranhos ovos alienígenas que vilão e heroína começam a tomar alguma forma. A narrativa é linear, o ritmo é crescente, indo de uma intencional lentidão a um verdadeiro frenesi e a atmosfera é aterradora. Além de um roteiro perfeito e de uma direção cirúrgica, a obra conta com quesitos técnicos impressionantes, que não envelheceram nada desde seu lançamento, há mais de quarenta anos. A direção de arte é estupenda - a nave, os equipamento, as vestimentas e, acima de tudo, a concepção da criatura, tudo mantém-se atual e solidamente convincente. A criatura, por sinal, tornou-se icônica - ela é horrenda, mas é impossível não amá-la! A fotografia, por seu turno, auxilia no estabelecimento da atmosfera de verdadeiro terror, com enquadramentos que revelam somente o necessário - quase nunca vemos o alien inteiro, são sempre fragmentos de seu corpo, deixando aquela ansiedade por vê-lo pro completo. O elenco traz atores do calibre de John Hurt e Harry Dean Stanton, mas quem brilha é Sigourney Weaver ao interpretar a magnífica tenente Ripley (sério... ela é uma das minhas personagens prediletas em toda a história do cinema !!!). Merece destaque, ainda, o trabalho de Veronica Cartwright como Lambert e de Ian Holm como o odioso Ash. Destaques absolutos: o incidente com o personagem Kane, desde sua descida ao planeta até a clássica cena do jantar; a cena da descoberta das intenções de Ash; e, evidente, a catártica cena final. Ah, obrigada por salvarem o gato! rs O filme foi agraciado com o Oscar de Melhores Efeitos Especiais (que, surpreendentemente, continuam ótimos até hoje em dia). O filme é absolutamente incrível - e eu continuo o achando incrível, mesmo o tendo visto pelo menos uma cinco vezes já. Acho pouco provável que alguém ainda não tenha visto esta obra-prima da ficção científica, mas, se não viu, passou da hora!!!! PS - vocês não têm ideia de como é difícil escrever sobre filmes assim tão conhecidos...
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