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hikafigueiredo

"Almas Reencarnadas", de Takashi Shimizu, 2005

Filme do dia (444/2020) - "Almas Reencarnadas", de Takashi Shimizu, 2005 - A jovem Nagisa Sugiura (Hiroko Okabe) é uma aspirante a atriz que é escolhida por um renomado diretor para interpretar um papel em um filme sobre uma série de assassinatos em um hotel, promovidos por um ex-professor. À medida em que as filmagens evoluem, Nagisa passa a ter terríveis visões sobre o evento maldito.





Já constatei que os filmes de terror japoneses sempre têm um forte componente de terror psicológico, criando aquele "climão" de expectativa e tensão, mesmo quando, em certos momentos, rendem-se ao "jumpscare". Esse filme segue bem esta linha. Ainda que ele tenha, sim, cenas de "susto", boa parte dele é dedicada a criar essa atmosfera de apreensão, quando suspendemos, inconscientemente, por alguns segundos, a respiração, na expectativa do que vai acontecer em seguida. O argumento é bem comum: a protagonista é assombrada por visões que minam sua sanidade e a colocam em risco. O roteiro desenvolve-se a partir disso e "funciona" relativamente bem, apesar de conter algumas cenas que saem da linha principal e que poderiam, perfeitamente, ser suprimidas. Para mim, o mais interessante na obra é que ele contém um certo "plot twist" que se revela uma boa sacada, ao mesmo tempo em que se mostra a principal fragilidade do filme. Digo isso porque a forma como a "reviravolta" acontece não é de repente, causando surpresa imediata, mas vai se revelando aos poucos de tal maneira que o espectador acaba prevendo, um pouco antes da hora, o detalhe marcante - e isso meio que me frustrou, sabe? Ainda assim, o filme causa aquele "medinho" gostoso, cumprindo a sua função. A obra não abusa de efeitos especiais, e os que tem são bem feitos e empregados. Fiquei um pouco em dúvida se gostei da interpretação de Hiroko Okabe - ela consegue imprimir, na personagem, o pânico necessário nas cenas apavorantes, mas, no resto do tempo, a personagem é tão insossa, tão inexpressiva, que eu não consegui estabelecer grande empatia por ela (não descartando a possibilidade de ter sido uma escolha do diretor, já que a personagem, como aspirante à atriz, poderia se sentir desconfortável na situação de filmagem, o que justificaria sua postura meio deslocada e sem personalidade). Ah, esqueci de pontuar que a obra tem um forte componente metalinguístico, pois temos uma filmagem dentro do filme e, em certos momentos, o que é interpretação para a filmagem e o que é real se confundem. Não vou dizer que a obra traz grandes inovações ou se mostra um suuuuuuuuper filme de terror, mas, considerando a média do gênero, afirmo que o saldo é positivo - a gente assiste e se "diverte" (ou seja lá como se diga, tratando-se de filme de terror rs). Sem exaltações, recomendo.

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