Filme do dia (441/2020) - "Alta Fidelidade", de Stephen Frears, 2000 - Após ser abandonado pela namorada Laura (Iben Hjejle), Rob Gordon (John Cusack), um sujeito viciado em listas de "top 5", entra em crise e começa a questionar os motivos de seus relacionamentos não darem certo. Com isso em vista, ele faz uma lista de seus cinco relacionamentos amorosos mais marcantes e passa a analisá-los, um a um.
Baseado no romance homônimo de Nick Hornby, o filme - cultuado por muitos - traz uma pequena viagem ao interior do personagem em crise. Curioso rever a obra quase vinte anos após tê-la visto pela primeira vez - como nossa leitura muda ao longo do tempo! Minha memória indicava que Rob era um camarada bacana, mas sem sorte nos relacionamentos. Revendo a obra, me dei conta que Rob era um imenso babaca que - graças a Deus - acorda para a vida e entra numa jornada de redenção - e só aí que ele se torna o sujeito bacana que minha lembrança pontuava. Independente do personagem ser um cara legal ou não, é certo que o filme é daqueles muito delicinha e o aniversário de vinte anos não modificou em nada essa percepção. Alguns motivos deste ser um filme tããããão bom: o roteiro é excelente e já ouvi dizerem que essa foi uma das transposições mais felizes de um livro para o cinema (não li o livro, então não posso julgar essa afirmação); os diálogos são perfeitos, rápidos, irônicos e divertidos; Rob estabelece, desde a primeira cena, uma super sintonia com o espectador através da quebra da quarta parede: ele conversa diretamente com o público, demonstra seus sentimentos, expõe suas ideias, explica suas próprias leituras acerca de suas questões internas, e isso funciona muito bem (e acho que foi daí que minha memória estabeleceu Rob como aquele sujeito tão legal); as listas que Rob faz são sempre inusitadas e ligeiramente cômicas, e o espectador se diverte com isso; a trilha sonora do filme é EXCEPCIONAL, lembrando que Rob é proprietário de uma loja de vinis e profundo conhecedor de música contemporânea; o elenco é ótimo, está afiadíssimo e ainda traz participações especiais de gente como Bruce Springsteen, Tim Robbins, Joan Cusack, Lisa Bonet, Catherine Zeta-Jones e Lili Taylor. John Cusack conseguiu reverter a má impressão inicial dessa minha segunda leitura e, ao fim, já estava adorando novamente o personagem (ah, a bipolaridade...); e temos, ainda, Jack Black, um ator por quem tenho extrema simpatia, mesmo participando de muito filme lixento por aí... e ele ainda canta no filme (e ele é ótimo cantor!!). Catalisando tudo isso, a mão sempre firme de Stephen Frears, um diretor talentoso e com uma sólida obra. Definitivamente, este é um filme incrível, que vale muito a pena assistir e rever. Recomendo muito!!!
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