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  • hikafigueiredo

"Amantes", de Vicente Aranda, 1991

Filme do dia (09/2021) -"Amantes", de Vicente Aranda, 1991 - Espanha, 1950. Paco (Jorge Sanz) termina o serviço militar e pretende se casar com sua namorada Trini (Maribel Verdú). Vindo do interior, ele resolve permanecer em Madri para ficar perto da jovem. Para tanto, ele busca um quarto de aluguel na casa de Luísa (Victoria Abril), uma viúva tão misteriosa, quanto ardente. O envolvimento sexual entre Paco e Luísa abalará o relacionamento entre os dois namorados.





Baseado em um fato real ocorrido nos anos 50, o filme trata do doentio triângulo amoroso que se forma entre Trini, Paco e Luísa. Enquanto a boa moça Trini "guarda-se" para o casamento, Luísa enreda o jovem rapaz em uma teia de sedução baseada em um livre relacionamento sexual. Devo dizer que a disputa entre as duas mulheres pelo moço chegou a me incomodar - é inflar demais o ego do macho e eles não precisam disso!!! Aliás, confesso que supri profunda antipatia por todos os personagens: Paco é um canalha, aproveitador, egoísta e inútil; Luísa, uma mulher desonesta, igualmente egoísta, ambiciosa e bastante perturbada; e Trini é uma sonsa vitimista. No meio da obra, queria que os três se explodissem, mas, por curiosidade, fiquei até o fim e devo dizer que o desfecho supriu apenas uma parte do meu ranço. A obra se vende como um thriller, mas eu a classificaria como um romance dramático, pois não senti a tensão esperada para um thriller. A narrativa é linear, o ritmo, moderado, e a atmosfera pretende-se angustiante e nervosa, mas, para mim, ficou apenas na pretensão. O filme tem uma direção de arte de época correta, sem alarde, e uma fotografia bem cuidada, mas que não chega a encantar. Acho que o melhor do filme são as interpretações. Jorge Sanz e Maribel Verdú estão muito bem em suas performances, a ponto de eu ter desgostado bastante dos personagens, que são naturalmente antipáticos, mas, na realidade, quem sobressai no filme é a fantástica Victoria Abril, sempre exalando sex appeal, aqui parte intrínseca da personagem. O filme, que chegou a ganhar vários prêmios Goya, me soou "chocho", sem graça, uma obra insípida que não chega a ser péssima, mas tampouco chega a ser boa. É tão sem sal que me abstenho até de recomendar ou não.

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