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  • hikafigueiredo

"Amor Pleno", de Terrence Malick, 2012

Filme do dia (250/2017) - "Amor Pleno", de Terrence Malick, 2012 - Em Paris, Neil (Ben Affleck) conhece Mariana (Olga Kurylenko) e por ela se apaixona, chamando-a para viver com ele nos Estados Unidos, mas um breve envolvimento de Neil com Jane (Rachel McAdams), uma antiga conhecida, modificará sua relação com Mariana.





O filme retrata, através de flashes, as diversas facetas do amor, desde seu surgimento, até sua derrocada, e da busca incessante pelo amor puro, quase religioso, desvinculado do amor romântico, como diz o título em português, o amor pleno. Okay... a obra é hábil em seu intento de mostrar a evolução de um relacionamento amoroso - temos cenas dos mais variados momentos de uma relação, do afeto, do companheirismo, da abnegação, do egoísmo, da fúria, do perdão, temos um pouco de tudo. O problema é a forma do filme. Repetindo a fórmula que fez sucesso entre os críticos em "A Árvore da Vida", temos, mais uma vez, um agregado de imagens aleatórias (ou quase) com um texto enigmático em "off" que acompanha os pensamentos e sentimentos dos personagens. Eu já achei meio maçante essa forma em "A Árvore da Vida", mas, havia a vantagem da novidade, da surpresa. Rever essa mesma forma nesta obra foi, praticamente, um sacrifício para mim. Tive a impressão de estar acompanhando uma gigantesca propaganda de perfume francês, com suas infindáveis câmeras lentas, e os personagens girando, correndo, e pensativos, e trocas de olhares, milhares de trocas de olhares, e detalhes de mãos, e bocas, e mais olhos, e sorrisos e mais sorrisos... aaaaargh!!!! E o espectador procurando relações infinitas - a água que jorra é o amor que se esvai??? A cena de fundo do mar é a depressão extrema da personagem??? O que significa a informação da água poluída no rio - a contaminação da relação pela chegada de Jane ???? Chega a ser ridículo o que a obra instiga (eu já tinha feito essa mesma crítica acerca do filme anterior - ele é tão "aberto" que possibilita relacionar tudo com tudo, é cansativo até). Além disso, a tentativa de extrair poesia de tudo, de cada cena de pôr-do-sol, de cada imagem que é colocada na tela em câmera lenta com música clássica ao fundo e a narrativa em "off" faz com que essa poesia se esvaia, deixe de ser perceptível. E é um festival de câmera que, lentamente, sobe, lentamente, desce, e vai delicadamente para a esquerda ou para direita, formalmente o filme é insuportável. Quanto ao elenco... bem... não existe realmente atuação, na minha opinião. Por ser um apanhadão de cenas, não há o desenvolvimento do personagem, não há um envolvimento com o personagem. Ótimo para o Ben Affleck, que pode apenas desfilar sua beleza e manter sua cara inexpressiva pelo filme todo sem fazer feio. Quanto às personagens femininas... cara... são retratadas como duas verdadeiras idiotas, principalmente Mariana... é um tal de rodar e girar em câmera lenta com braços abertos, na rua, no campo, em Paris, nos EUA, parece que ela tem cinco anos de idade - lá pela nonagésima cena dela rindo, correndo, se escondendo ou girando eu já queria jogar a personagem pela janela... Quem está melhor em cena é Javier Bardem como um padre em crise de fé e em busca do amor real ao próximo - sua expressão sóbria, austera, combina muito com o momento dele. Olha... de boa... o filme não é ruim... mas ele é chato, chatérrimo, conseguiu me convencer que eu não curto o diretor. Em todo caso, quem gostou muito de "A Árvore da Vida" de repente se encanta... vai lá... arrisca... mas não diga que eu não preveni...

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